Dois donos de uma clínica de reabilitação, além de uma enfermeira, foram presos em Piúma, pela segunda vez, no Sul do Estado, por manterem internos em cárcere privado e desobedecerem ordem judicial que não permitia que recebessem mais internos. As prisões foram feitas pela Polícia Civil, em atendimento a um pedido do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e os envolvidos foram encaminhados ao sistema prisional.
De acordo com a PCES, os policiais civis foram até a clínica terapêutica, localizada no bairro Praia de Acaiaca, para verificar o número de internos presentes, além de informações sobre as datas de acolhimento, uma vez que, conforme informações do MPES, a instituição foi intimada a não receber novos internos.
Ao chegarem no local, vários internos informaram que estavam na clínica contra a vontade, além de relatarem terem entrado após a data imposta pelo MPES.
Segundo a Polícia Civil, todos os internos que declararam estar em cárcere privado foram levados à delegacia para prestar depoimento. Os responsáveis pelo local também foram encaminhados à delegacia. "A gente determinou que se encaminhasse os internos que estavam manifestando interesse de ir embora para a delegacia e lá eles informaram que estavam sendo dopados contra a vontade, inclusive dois deles denunciaram que presenciaram uma cena de estupro por parte de um dos monitores", aponta o delegado.
De acordo com o titular da delegacia de Piúma, delegado David Gomes, os donos do local já tinham sido presos anteriormente, por sequestro e cárcere privado de quatro indivíduos. Os dois foram colocados em liberdade em uma audiência de custódia, em abril do ano passado, mas não podiam receber novos internos.
Após a identificação do descumprimento nessa quarta-feira (24), duas mulheres, de 25 e 32 anos, e um homem, de 53 anos, foram autuados em flagrante por cárcere privado e desobediência de ordem judicial, sendo encaminhados ao sistema prisional.
Segundo a PCES, os prontuários com informações dos internos foram apreendidos e, após os procedimentos legais, as vítimas ficaram sob a responsabilidade da assistência social do município de Piúma. As investigações seguem em andamento para apurar, ainda, supostos crimes de tráfico de drogas e estupro no local. Demais informações devem ser solicitadas ao Ministério Público (MPES).
Na tarde desta quinta-feira (25), o delegado de Piúma, David Gomes, informou que os três presos já passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão convertida em preventiva, permanecendo presos por tempo indeterminado.
Procurada, a defesa da clínica declarou que foi surpreendida com toda a atitude policial e agora segue analisando a situação processual para dar sequência na defesa.
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