Mais de dois mil acidentes, que ocorreram no Espírito Santo entre 2017 e 2018 serão investigados pela "Operação Raptores", comandada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MP-ES). Esses acidentes podem ter sido provocados por carretas que apresentavam eixo adulterado.
Segundo a PRF e o Gaeco, as alterações afetam os freios e prejudicam a dirigibilidade do motorista, uma vez que o veículo tinha a capacidade de carga aumentada de forma clandestina e, mais pesado, tornava-se mais fácil perder o controle ou invadir a contramão.
Um levantamento feito pela PRF, aponta que, em 2017, 1264 acidentes, com 123 mortos, foram provocados por situações semelhantes a essas. Só este ano, já são pelo menos 881 acidentes e 78 mortos, nas mesmas circunstâncias. Todos serão investigados para verificar a possibilidade de terem sido provocados por carretas que tiveram o eixo alterado pela quadrilha.
"Veículos perdiam a segurança, tanto com relação a freio, quanto na estrutura. Isso fazia o condutor perder a dirigibilidade do veículo, ou ir para fora da pista ou invadir a contramão. Temos muitos acidentes assim na rodovias do Estado, não só nas federais, mas nas estaduais e municipais também. Todos serão investigados", garante o superintendente da PRF, Wylis Lyra.
As investigações revelaram que, até o momento,579 carretas foram adulteradas por essa quadrilha. Destas, 128 tiveram alterações / adulterações feitas na Bahia e 368 em Minas Gerais. No Espírito Santo, quatro oficinas, duas em Viana, uma em Linhares e outra em Cachoeiro de Itapemirim eram responsáveis pelas adulterações.
A OPERAÇÃO
Quatro pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (21), em uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MP-ES). Eles fazem parte de uma quadrilha responsável por alterar o eixo de carretas no Espírito Santo, de forma que os veículos passavam a circular com limite de peso além do permitido por lei.
Na prática, segundo as investigações, os veículos tinham a capacidade de carga aumentada de forma clandestina e sem passar por diversos critérios e exigências dos órgãos de fiscalização, levando risco para as estradas federais e ocasionando acidentes. As modificações afetam partes importantes dos veículos, como freios, pneus e outros sistemas.
A ação, batizada de "Operação Raptores" tinha 36 mandados (15 de prisão e 21 de busca e apreensão) nos estados do Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. Dos 15 mandados de prisão, dois não foram cumpridos: há um foragido no Espírito Santo e outro na Bahia.
VÍDEO: POLICIAIS CUMPREM MANDADO EM ITAPARICA
FOTOS DA OPERAÇÃO
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