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Avó de criança morta: 'Minha neta ficava trancada em casa o dia inteiro'

Avó de criança morta: "Minha neta ficava trancada em casa o dia inteiro"

De acordo com a avó, a criança não podia brincar nem mesmo no quintal. Menina já havia apresentado sinais de agressão no corpo

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 14:33

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A avó de Pyetra, a empregada doméstica Carla Pinto, disse que já havia encontrado lesões no corpo da neta em maio deste ano. (Isaac Ribeiro)

A vida de Pyetra, de 3 anos, era repleta de restrições. Segundo a avó, a empregada doméstica Carla Patrícia Pinto, 40 anos, a menina morava com a mãe e o padrasto em uma casa de apenas um cômodo, e era impedida de sair na rua até para brincar. 

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Ela não podia brincar nem no quintal. Ficava trancada o dia inteiro dentro de casa. As pessoas que às vezes viam a minha neta na rua com a mãe, diziam que ela estava muito magra. Eu não tinha mais contato com a minha filha, ela não me atendia quando eu ia até a casa dela

Carla Patrícia Pinto, avó da criança
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Confira entrevista com a avó da menina no vídeo:

Segundo Carla, ela foi impedida de ver a neta após uma discussão com a filha em maio deste ano, quando percebeu hematomas na perna da criança. 

"No Dia das Mães eu peguei a Pyetra para ficar comigo. Quando eu estava dando banho nela, eu vi vários roxos na perna, roxos com marca de mão. Eu fui até a casa da minha filha e a gente bateu boca. Eu disse que se minha neta aparecesse roxa de novo, eu ia chamar o Conselho Tutelar para ela. Depois disso, ela não deixava mais eu ver minha neta. Eu não sabia em que condições ela estava sendo criada", disse a avó. 

MORTE DA CRIANÇA

Pyetra foi levada morta pela mãe para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (01). De acordo com a polícia, a criança apresentava lesões graves e estava com o corpo rígido, o que demonstra que ela havia morrido já há algum tempo. A avó da menina soube da morte pelo sogro da filha, que informou que a menina tinha sido socorrida para o hospital após passar mal durante uma brincadeira. 

"Ele disse que às 3 da manhã chamaram um carro para levar minha neta para o hospital porque ela estava machucada. Que eles estavam brincando de jogar ela pra cima, pro alto, e aí ela ficou tonta, passou mal. Depois eu fiquei sabendo que, quando o carro pegou minha neta para levar para o hospital, ela já estava morta", declarou.

A avó, porém, não acredita na versão contada pela filha e o genro. De acordo com ela, a menina estava roxa e apresentava marcas de mordidas, o que indicava que ela foi agredida. 

"A minha filha mentiu. Disse que a menina passou mal e morreu 15 minutos antes de entrar no hospital, mas não foi isso que aconteceu. O corpo dela estava rígido", questionou. 

Pyetra dos Santos Reis chegou ao hospital já morta na madrugada desta quinta-feira (01). Ela apresentava lesões no corpo. (Aquivo Pessoal)

AGRESSÕES 

A polícia informou que Pyetra apresentava sinais de maus tratos. Foram encontradas lesões no pescoço, nas nádegas e queimaduras de cigarro no pé da menina. A avó de Pyetra acredita que as agressões aconteciam dentro de casa. Inconformada com a possibilidade de violência, ela relembrou que a filha, mãe da criança, já sofreu uma tentativa de abuso sexual quando criança, mas que ela interferiu e levou o caso à polícia. 

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Eu protegi ela na época que ela passou por violência. Eu não deixei isso acontecer com ela, porque ela deixou acontecer com a minha neta? Se ficar comprovado, de filha eu não vou chamá-la mais. Como mãe, eu dou a vida pelos meus filhos, mas ela deixou acontecer o pior

Carla Patrícia Pinto, avó da criança
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A mãe e o padrasto da criança continuam na Delegacia Regional da Serra. Eles prestam depoimento para esclarecer o caso na manhã desta quinta-feira. 

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