A vida de Pyetra, de 3 anos, era repleta de restrições. Segundo a avó, a empregada doméstica Carla Patrícia Pinto, 40 anos, a menina morava com a mãe e o padrasto em uma casa de apenas um cômodo, e era impedida de sair na rua até para brincar.
Confira entrevista com a avó da menina no vídeo:
Segundo Carla, ela foi impedida de ver a neta após uma discussão com a filha em maio deste ano, quando percebeu hematomas na perna da criança.
"No Dia das Mães eu peguei a Pyetra para ficar comigo. Quando eu estava dando banho nela, eu vi vários roxos na perna, roxos com marca de mão. Eu fui até a casa da minha filha e a gente bateu boca. Eu disse que se minha neta aparecesse roxa de novo, eu ia chamar o Conselho Tutelar para ela. Depois disso, ela não deixava mais eu ver minha neta. Eu não sabia em que condições ela estava sendo criada", disse a avó.
MORTE DA CRIANÇA
Pyetra foi levada morta pela mãe para a UPA de Carapina, na Serra, na madrugada desta quinta-feira (01). De acordo com a polícia, a criança apresentava lesões graves e estava com o corpo rígido, o que demonstra que ela havia morrido já há algum tempo. A avó da menina soube da morte pelo sogro da filha, que informou que a menina tinha sido socorrida para o hospital após passar mal durante uma brincadeira.
"Ele disse que às 3 da manhã chamaram um carro para levar minha neta para o hospital porque ela estava machucada. Que eles estavam brincando de jogar ela pra cima, pro alto, e aí ela ficou tonta, passou mal. Depois eu fiquei sabendo que, quando o carro pegou minha neta para levar para o hospital, ela já estava morta", declarou.
A avó, porém, não acredita na versão contada pela filha e o genro. De acordo com ela, a menina estava roxa e apresentava marcas de mordidas, o que indicava que ela foi agredida.
"A minha filha mentiu. Disse que a menina passou mal e morreu 15 minutos antes de entrar no hospital, mas não foi isso que aconteceu. O corpo dela estava rígido", questionou.
AGRESSÕES
A polícia informou que Pyetra apresentava sinais de maus tratos. Foram encontradas lesões no pescoço, nas nádegas e queimaduras de cigarro no pé da menina. A avó de Pyetra acredita que as agressões aconteciam dentro de casa. Inconformada com a possibilidade de violência, ela relembrou que a filha, mãe da criança, já sofreu uma tentativa de abuso sexual quando criança, mas que ela interferiu e levou o caso à polícia.
A mãe e o padrasto da criança continuam na Delegacia Regional da Serra. Eles prestam depoimento para esclarecer o caso na manhã desta quinta-feira.
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