Morreu nesta sexta-feira (7) o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Cléber José Carminati. O educador foi também um dos fundadores do curso de Cinema da instituição. Ele deixa a família e uma legião de saudosos alunos. A causa da morte e o horário do falecimento ainda não foram confirmados. A Ufes publicou uma manifestação de pesar no portal da universidade e informou que ainda não há definições sobre o velório e o enterro.
Segundo a universidade, Carminati foi aluno da Ufes e ingressou na instituição como professor em 1999. Enquanto estudante, participou do grupo conhecido como Balão Mágico, movimento estudantil da década de 1980, que funcionou como um misto de movimento cultural e ativismo universitário que debatia questões identitárias e reivindicava ampla liberdade de expressão e melhorias na estrutura da Universidade. Para isso, o grupo promovia protestos com forte teor artístico e ações de grande impacto visual, além de diversas atividades culturais por meio de grupo de teatro, documentários e cineclubes.
Em maio de 1987, ainda como estudante, Cléber participou da criação da Rádio Pirata TX 107.3, instalada em uma cabine da Biblioteca Central da Ufes. A rádio era uma espécie de projeto de extensão para a disciplina de Radiojornalismo e foi a base para a criação, dois anos depois, da famosa Rádio Universitária 104.7 FM.
Já como professor, Carminati foi chefe do Departamento de Comunicação e coordenador do curso de Cinema e Audiovisual, do qual foi um dos fundadores. Também foi um dos idealizadores da TV Ufes no ano 2000, ajudando a elaborar sua primeira grade de programação. Em 2020, foi um dos entrevistados da série especial TV Ufes 20 anos.
Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifestou solidariedade aos familiares e amigos do professor. Em entrevista à reportagem, a superintendente de Comunicação da Ufes e professora, Ruth Reis, afirmou que está profundamente triste com a notícia.
Eu gostaria de dizer que Cleber era muito querido de todos nós, que teve uma trajetória marcante na Ufes, como estudante e como professor. Inteligente, irreverente, amigo, era um grande incentivador de projetos criativos e coletivos, e muito comprometido com uma sociedade e uma universidade inclusiva e democrática. Deixa um vazio enorme, é difícil achar palavras, expressou.
Para o chefe do departamento de Comunicação, Fábio Gouveia, Cléber representa uma perda irreparável e não só para os cursos aos quais lecionava diretamente há anos. Ele dava aulas para o curso de Cinema, Publicidade e Jornalismo, mas também é uma perda para os outros cursos do centro de Artes e para a universidade como um todo. Ele sempre foi um ativista, uma mente inquieta, um provocador. Esse era o perfil dele, de quem não se acalmava. Era um nome muito potente em toda a Ufes. Ele era conhecido por todos como Zocrinha, carinhosamente, disse.
Segundo Gouveia, Cléber morava sozinho, o que dificulta o conhecimento sobre a causa que o levou à morte. "Mas gostaria de lembrar a todos que ele era um cara que criou uma rádio pirata dentro da biblioteca universitária. Esse é o nível de competência de produção e de desafio ao sistema que ele era. Nunca se conformou, estava sempre em busca de mais, finalizou.
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