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Morre Cléber Carminati, um dos fundadores do curso de Cinema da Ufes

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 20:59

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Morreu nesta sexta-feira (7) o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Cléber José Carminati. O educador foi também um dos fundadores do curso de Cinema da instituição. Ele deixa a família e uma legião de saudosos alunos. A causa da morte e o horário do falecimento ainda não foram confirmados. A Ufes publicou uma manifestação de pesar no portal da universidade e informou que ainda não há definições sobre o velório e o enterro. 

Obituário
O professor da Ufes Cléber Carminati. (TV Ufes)

Segundo a universidade, Carminati foi aluno da Ufes e ingressou na instituição como professor em 1999. Enquanto estudante, participou do grupo conhecido como “Balão Mágico”, movimento estudantil da década de 1980, que funcionou como um misto de movimento cultural e ativismo universitário que debatia questões identitárias e reivindicava ampla liberdade de expressão e melhorias na estrutura da Universidade. Para isso, o grupo promovia protestos com forte teor artístico e ações de grande impacto visual, além de diversas atividades culturais por meio de grupo de teatro, documentários e cineclubes.

Em maio de 1987, ainda como estudante, Cléber participou da criação da Rádio Pirata TX 107.3, instalada em uma cabine da Biblioteca Central da Ufes. A rádio era uma espécie de projeto de extensão para a disciplina de Radiojornalismo e foi a base para a criação, dois anos depois, da famosa Rádio Universitária 104.7 FM.

Já como professor, Carminati foi chefe do Departamento de Comunicação e coordenador do curso de Cinema e Audiovisual, do qual foi um dos fundadores. Também foi um dos idealizadores da TV Ufes no ano 2000, ajudando a elaborar sua primeira grade de programação. Em 2020, foi um dos entrevistados da série especial TV Ufes 20 anos.

Em nome de toda a comunidade acadêmica, a Administração Central da Ufes manifestou solidariedade aos familiares e amigos do professor. Em entrevista à reportagem, a superintendente de Comunicação da Ufes e professora, Ruth Reis, afirmou que está profundamente triste com a notícia.

“Eu gostaria de dizer que Cleber era muito querido de todos nós, que teve uma trajetória marcante na Ufes, como estudante e como professor. Inteligente, irreverente, amigo, era um grande incentivador de projetos criativos e coletivos, e muito comprometido com uma sociedade e uma universidade inclusiva e democrática. Deixa um vazio enorme, é difícil achar palavras”, expressou.

Para o chefe do departamento de Comunicação, Fábio Gouveia, Cléber representa uma perda irreparável e não só para os cursos aos quais lecionava diretamente há anos. “Ele dava aulas para o curso de Cinema, Publicidade e Jornalismo, mas também é uma perda para os outros cursos do centro de Artes e para a universidade como um todo. Ele sempre foi um ativista, uma mente inquieta, um provocador. Esse era o perfil dele, de quem não se acalmava. Era um nome muito potente em toda a Ufes. Ele era conhecido por todos como Zocrinha, carinhosamente”, disse.

Aspas de citação

Pessoalmente, sempre foi muito inspirador para mim. Batalhador, foi chefe de departamento, coordenador, líder, sempre tivemos muito debate. Esse espírito inovador dele marca muito a trajetória dele. Ainda estou tentando entender.

Fábio Gouveia
Chefe do departamento de Comunicação
Aspas de citação

Segundo Gouveia, Cléber morava sozinho, o que dificulta o conhecimento sobre a causa que o levou à morte. "Mas gostaria de lembrar a todos que ele era um cara que criou uma rádio pirata dentro da biblioteca universitária. Esse é o nível de competência de produção e de desafio ao sistema que ele era. Nunca se conformou, estava sempre em busca de mais”, finalizou.

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