> >
Operação Varredura cumpre mandado na Prefeitura de Montanha

Operação Varredura cumpre mandado na Prefeitura de Montanha

As investigações apuram fraudes em processos licitatórios no serviço de recolhimento de lixo

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 15:59

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
3ª fase da Operação Varredura . (Leonardo Goliver)

 

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira (26) e auxiliam nas investigações de fraudes em processos licitatórios na contratação de empresas para recolhimento de lixo urbano em diversas cidades do Espírito Santo. O foco da terceira fase da operação “Varredura”, intitulada como a “Retomada”, foi a cidade de Montanha, que foi alvo de um dos mandados. Outras ações também foram realizadas nas cidades de São Gabriel da Palha, Colatina e João Neiva.

Os promotores do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO Norte), que atuou nesta fase da operação, apresentaram os resultados. De acordo com o promotor Bruno Lima, a operação apreendeu documentos e equipamentos eletrônicos que serão analisados. “Nesta fase foram cumpridas apenas sete mandados de busca e apreensão, inclusive o foco da operação é o município de Montanha, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Montanha, mas nenhuma pessoa foi presa nesta fase”, afirmou.

Ainda segundo o promotor, trata-se de uma organização criminosa: “É uma quadrilha que vem atuando especialmente no Norte do Espírito Santo, na prática de diversos crimes de corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, especialmente em contratos de limpeza urbana”, destacou.

O promotor Fabrício Admiral ressaltou que agentes públicos podem ter envolvimento com os crimes investigados. “Essa organização criminosa tem um núcleo que atua em vários municípios do Espírito Santo, com a participação de agentes públicos e de outras pessoas em outros municípios, ou seja, pessoas diferentes atuando em municípios diferentes. A Operação Varredura é dividida em fases exatamente por isso, para alcançar outros municípios onde essas fraudes também acontecem”.

OPERAÇÃO COMEÇOU EM SÃO MATEUS

A primeira fase da “Varredura” foi deflagrada em 2017 no município de São Mateus. De acordo com o promotor Claudeval França, altos valores em contratos emergenciais chamaram a atenção do Ministério Público. “No município de São Mateus estão sendo analisados contratos que ultrapassam 60 milhões de reais, algumas ações civis públicas e ações penais já foram ajuizadas, isso referente à primeira fase, que não se encerrou ainda. Já na segunda fase, ações também foram propostas envolvendo quase meio milhão de reais e agora no município de Montanha um valor de mais de R$ 500 mil. São contratos em que são direcionadas as contratações para essas empresas e se somando cada município e cada local, chega-se a um valor considerável”, destaca.

Os promotores ressaltaram ainda que as investigações continuam e que nada impede que outras cidades do Estado sejam alvos da operação. “A investigação pode se estender para todo o Estado do Espírito Santo, hoje mais focada no Norte e Noroeste, mas sem dúvidas pode alcançar todo o estado, inclusive outros municípios em outros Estados”, finaliza Fabricio Admiral.

ENTENDA O CASO

A primeira fase da Operação Varredura foi deflagrada pelo MPES no dia 29 de agosto de 2017, nos municípios de São Mateus, Jaguaré, São Gabriel da Palha e Vila Velha. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e três de conduções coercitivas, deferidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de São Mateus.

O objetivo foi apreender documentos, computadores, mídias e outros equipamentos e materiais para apurar a prática, em tese, de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, formação de quadrilha, fraude a licitação, tráfico de influência, dentre outros.

O nome da operação é uma referência à necessidade de varrer a corrupção no setor de coleta e tratamento de resíduos sólidos em municípios do Estado.

No dia 31 de agosto de 2017, foi deflagrada a segunda fase da operação, nos municípios de Ponto Belo, São Gabriel da Palha e Baixo Guandu.

Este vídeo pode te interessar

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, cinco mandados de condução coercitiva e dois mandados de prisão preventiva. O empresário Richelmi Milke, dono da empresa RT Empreendimentos e Serviços Ltda, foi preso em São Gabriel da Palha. Também foram apreendidos documentos, computadores, mídias e outros equipamentos e materiais.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais