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Mecânico morre após cliente agredi-lo e médico liberá-lo para casa, diz família

Mecânico morre após cliente agredi-lo e médico liberá-lo para casa, diz família

Dono de oficina, Vanderlei, de 61 anos, levou pancada na cabeça, ficou desarcodado e foi encaminhado para Pronto Atendimento. Sobrinha do empresário alega que equipe médica disse que no local não havia raio-X

Publicado em 17 de novembro de 2019 às 22:56

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Pancas, No Noroeste do Estado: Vanderlei era conhecido na cidade. (Reprodução/TV Gazeta Noroeste)

Dono de uma oficina mecânica há mais de 30 anos em Pancas, Vanderlei Rodrigues de Freitas, de 61 anos, morreu neste domingo (17), um dia após ser agredido por um cliente.

O consumidor havia comprado as peças para o conserto do carro pela internet, mas o mecânico avisou que os itens não eram compatíveis com o modelo. O homem, ainda não identificado pela polícia, não aceitou o diagnóstico e agrediu o empresário, de acordo com parentes.

Ferido na cabeça e no rosto, Vanderlei ficou desarcodado por vários minutos, segundo a sobrinha dele, que não quis se identificar. Ele foi levado por uma ambulância do município até o Pronto Atendimento (PA), mas a família afirma que o médico do plantão mandou o idoso para casa, alegando que na unidade de saúde não havia raio-X nem equipamentos necessários para avaliar se houve alguma lesão. Ela acredita que ocorreu negligência médica.

Em boletim unificado, a Polícia Militar, ao registrar o caso, afirmou que o empreendedor recusou atendimento médico, o que foi desmentido por familiares que acompanharam o idoso durante todo o período em que ele permaneceu no PA.

“Ele estava realmente muito nervoso, pedia para ir embora. Mas em nenhum momento se recusou a ser avaliado pelo médico”, explica uma pessoa próxima a família que presenciou o socorro à vítima e preferiu manter o anonimato.

"Nenhum encaminhamento foi entregue. Temos a ligação de uma enfermeira falando que ele deveria estar às 6h30 [desta segunda-feira, 18] em Colatina. A filha dele e o genro entraram no atendimento médico com ele. Ele não se recusou. Mas estava muito nervoso, aparentemente transtornado. Talvez a pancada que levou na cabeça deixou ele nessa situação", disse a amiga da família que o acompanhou durante a ida à unidade de saúde.

A BRIGA

Segundo familiares, o agressor deixou o veículo na oficina há alguns dias. Após avaliar as peças, Vanderlei disse para o consumidor que não era possível realizar o serviço. “Houve um impasse. Ele ficou esperando o rapaz decidir o que faria com as peças que não eram compatíveis”, explica a amiga da família que chegou ao local da confusão minutos após a agressão.

Segundo a testemunha, o consumidor chegou na quinta-feira (14) no local, reclamando da demora do mecânico em reparar o automóvel. A ex-esposa de Vanderlei, que tem um bar em cima da oficina, disse para o cliente para chamar um guincho e levar o carro para outro lugar.

No sábado, o cliente, de acordo com essa amiga da família, voltou à oficina bastante nervoso e começou a discutir com o mecânico. “O homem foi para cima dele. Ainda não sabemos o que foi deferido no rosto dele. Pela gravidade dos ferimentos, acreditamos que não foi apenas um soco.”

VÍTIMA NÃO SABIA DIZER O QUE HOMEM USOU PARA AGREDI-LO

A sobrinha de Vanderlei conta que o tio, após a agressão, não se lembrava bem o que aconteceu. “Depois que ele dormiu, ele lembrou da briga. Mas não sabia dizer o que foi usado para feri-lo.”

Ela ainda conta que até a manhã deste domingo, ele estava bem. “A ex-mulher dele, que mora no mesmo quintal e mantinha uma amizade com meu tio, foi lá no quarto dele por volta das 7 horas e viu que ele ainda estava dormindo. Ela decidiu deixá-lo descansar um pouco e quando voltou percebeu que ele não estava mais respirando e que havia sangue na cama. Acho que ele teve traumatismo e sem uma avaliação do seu estado de saúde acabou morrendo.”

POLÍCIA É CHAMADA

Após a família encontrar Vanderlei morto, a Polícia Militar foi acionada. “Eles fizeram várias perguntas, avaliaram o local da briga e acharam peças suspeitas que possam ter sido usadas na agressão”, diz a sobrinha.

Segundo ela, o corpo do tio foi levado para Serviço Médico Legal de Colatina e deve ser liberado na manhã desta segunda-feira.

“No dia da agressão, não conseguimos registrar boletim de ocorrência porque não existe plantão da Delegacia de Pancas no final de semana.” A informação passada por ela é diferente do que estava escrito no Boletim Unificado da PM que alega que a vítima se recusou a ir a delegacia prestar queixa.

OUTRO LADO

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A Prefeitura de Pancas foi procurada na noite deste domingo para comentar a reclamação de negligência. Assim que o município responder, essa matéria será atualizada.

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