Consumidores que fizeram consórcios de motocicletas em uma empresa localizada no Centro de Linhares, no Norte do Estado, temem ficar no prejuízo após a loja responsável pelos contratos fechar as portas. Quem procurou atendimento no local, se deparou com um comunicado colado no local dizendo que a empresa teve os bens bloqueados por meio de uma ação judicial.
A Maria Henrique da Silva foi uma das clientes que pagou mais de R$ 8 mil na expectativa de ser contemplada com uma moto. Eu estou me sentindo indignada, estou sentindo que me roubaram, porque isso é um roubo. Eu nunca fui roubada desse jeito. Eu não sei o que fazer. Eu quero o meu dinheiro de volta, argumenta.
Assim como ela, a Carmen Largura Pereira também teme ficar no prejuízo. Ela entrou no consórcio há seis anos e já pagou mais de R$ 13 mil. Tem um ano que quitou e até agora não tem solução nenhuma, paguei esses treze mil e não tem solução de nada, explica.
O Jair Erlacher chegou a ser contemplado e recebeu o veículo em 2016, entretanto, decidiu fazer mais três contratos com a empresa e levou um susto ao descobrir que a loja havia sido fechada. Eu já paguei mais de vinte mil reais. E me falaram que não iam acertar agora, que estão em situação difícil e acabou que deu nisso aí, fechou a loja agora vamos ver o que vai acontecer.
ADVOGADO ORIENTA CLIENTES
A advogada Débora Pinheiro, orientou o que os clientes podem fazer nesses casos. Os clientes devem procurar as administradoras dos cartões, pedir para suspender, procurar o banco para sustar esses cheques, e tendo feito o registro da ocorrência, eles podem levar esse boletim para poder apresentar que realmente o fato da empresa ter fechado aconteceu. Judicialmente eles podem requerer essa suspensão dos pagamentos, e requerer também a suspensão do contrato, para que eles não venham a ocorrer em mora em relação a essas parcelas que estão em aberto, explica.
Ainda segundo ela, os clientes podem requerer os créditos judicialmente. Quando existe um processo de falência ou de recuperação os consumidores vão habilitar esses créditos junto a esse processo. Existe uma ordem de pagamento, aqui várias pessoas foram afetadas, trabalhadores, consumidores e outros credores como fornecedores e o próprio Estado, com questões tributárias, entre outras, e aí nesse processo de falência existe uma ordem para que essas pessoas sejam pagas.
O QUE DIZ A EMPRESA
Em nota, o advogado que representa a empresa de consórcios disse que a empresa está passando por um processo judicial e que, por isso, está com os bens bloqueados. O advogado ressaltou ainda que eles vão acertar as contas com os clientes.
Ainda segundo o comunicado divulgado pela empresa, um processo de 2012 deu origem ao bloqueio judicial que resultou na indisposição dos bens e valores da empresa. Entretanto, a nota diz ainda que os clientes que tiverem créditos e assim desejarem, podem assinar um termo de habilitação para receber o valor do crédito direto na conta.
CASO SEMELHANTE EM SÃO MATEUS
Um caso semelhante aconteceu na cidade de São Mateus, também no Norte do Estado. Pelo menos 20 pessoas podem caído no golpe do falso consórcio na região. Segundo os clientes, eles pagavam as parcelas dos consórcios, mas não recebiam o veículo nem o dinheiro de volta.
Só no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo é possível encontrar mais de 40 páginas de processos contra a revendedora de motos citada pelos clientes. O prejuízo estimado é de R$ 120 mil.
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