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Preto, pardo ou negro. Você sabe a diferença e o termo que deve usar?

Preto, pardo ou negro. Você sabe a diferença e o termo que deve usar?

O representante do Movimento Negro e mestre em política social, Jônatas Nery, explica um pouco do que está por trás dessas definições

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 21:39

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Negros representam mais de 60% da população do Espírito Santo. (Montagem/Vitor Jubini)

Pela conceituação do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), negro é a junção dos pretos e pardos. Considerando dados do primeiro trimestre deste ano, a população capixaba alcançou a marca de 4.003.175 habitantes. Desse total, 51,7% são pardos, 35,9% brancos, 11,6% são pretos, 0,4% indígenas e outros 0,4% são amarelos (origem oriental). Ao todo, 634 não apresentaram declaração de cor.

Mas, afinal, qual a diferença entre as definições de preto, pardo e negro? Coordenador estadual do Movimento Negro Nacional Quilombo, Raça e Classe e mestre em política social,  Jônatas Nery ressalta que, historicamente, a definição de negro foi carregada de preconceito e referenciada como algo inferior.

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“Durante o avanço via navegação e o contato comercial no continente africano, o europeu encontrou um povo de pele escura. Essas pessoas receberam o nome de negros. No processo de escravização, criaram teorias raciais que diziam que o negro era inferior, feio e submisso.

Jônatas Nery
Mestre em Política Social
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Nery explica que, séculos mais tarde, com o fortalecimento do Movimento Negro, houve a ressignificação da palavra e o termo foi traduzido como autoafirmação de identidade racial. De acordo com os critérios do IBGE, a definição é individual e pessoal. Pretos e pardos, da mesma maneira, não têm uma definição universal como os amarelos (orientais), por exemplo, porque o que vale, na prática, é como a pessoa se identifica.

“Hoje, inclusive, há vertentes que defendem a adoção exclusiva do termo preto, e não da expressão negro.E há grupos que reclamam que pardo deveria deixar de compor a definição de negros (pretos e pardos), como trata o IBGE”, aponta.

As discussões no âmbito nacional revelam diferentes vertentes. “Mas o importante é a forma como o termo é utilizado. O negro sabe, pela entonação, quando a pessoa tenta emitir um tratamento de cunho racista. Particularmente, concordo com termo preto e pardo como foi construído historicamente”, sustenta.

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