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Obra na Leitão da Silva durou mais que guerra em que lutou herói do ES

Obra na Leitão da Silva durou mais que guerra em que lutou herói do ES

Avenida de Vitória recebeu o nome de militar morto na Guerra do Paraguai, que ocorreu durante cinco anos, enquanto ampliação levou seis

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 21:30

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Avenida Leitão da Silva, em Vitória, passou por reformas de ampliação. (Ricardo Medeiros)

Nem sempre a Avenida Leitão da Silva teve esse nome. Até 1948, a via era conhecida como Avenida Norte-Sul, ano em que a Prefeitura de Vitória, por meio de lei municipal, alterou sua denominação para a atual, em homenagem a um militar capixaba morto na Guerra do Paraguai, Francisco Antônio Leitão da Silva.

O historiador Fernando Achiamé explica que o militar morreu em 20 de janeiro de 1867 e foi considerado um herói. “Francisco era um jovem, já casado e com um filho. Apesar disso, ele vai para a Guerra do Paraguai, considerado o maior conflito armado internacional da América do Sul", conta o historiador.

Achiamé explica que Francisco era filho de um importante político e major do Exército na época, Antônio Leitão da Silva. O historiador ressalta um detalhe emocionante da partida do capixaba para a guerra. “Francisco já tinha um filho de dois anos, mas ele vai para a guerra em fevereiro de 1856, um mês antes do nascimento do seu segundo filho e não teve a chance de conhecê-lo. Inclusive, esse mais novo, depois torna-se general do Exército. Uma verdadeira família de militares”, pontua.

Durante a guerra, Francisco Antônio Leitão da Silva participa da famosa batalha do Riachuelo, uma luta fluvial importantíssima na Guerra do Paraguai. “Ele é ferido e um ano depois, morre. Na época, o general Caxias até menciona o nome dele na ordem do dia de sua morte, 20 de janeiro de 1867”, descreve o historiador.

Aspas de citação

Aliás, essa obra da reforma da Avenida Leitão da Silva durou quase seis anos, ou seja, mais tempo que a Guerra do Paraguai que homenageia o herói, que durou cinco anos

Fernando Achiamé
Historiador
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Muitas histórias

Antigamente, onde hoje é a Leitão da Silva, havia mangues, morros, brejos, pedra e pés de gurigica, planta chamada também de vareteiro (cujas varetas são muito usadas para fazer gaiola de passarinho) e que posteriormente deu nome a um dos bairros no entorno da via. Segundo Achiamé, ali também existia uma fazenda e até pista de cavalos, por isso a região também já foi chamada de Baixa da Égua.

“Além disso, dava até para pescar quilos de pitu no antigo córrego que passava por ali. Depois é que virou um valão”, relembra ele, relatando que sabe de histórias de que, quem caiu ali, não conseguiu resistir às infecções, de tão poluído que era o local.

O asfalto, que chegou em 1984, acompanhou o traçado original projetado em 1896 pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito.

“Ele é quem traça a avenida, ligando diretamente a Praia do Suá até a baía de Vitória, lá no braço norte do Rio Santa Maria”, conta o especialista, destacando que esse projeto, que ficou no papel por anos, é elogiado até hoje, por fazer um recorte por entre os diversos morros que fazem parte do cenário da Capital. 

Leitão da Silva continua para dentro do bairro Andorinhas, em Vitória, até o canal . (Ricardo Medeiros)

Avenida segue até o canal

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Nem todo mundo sabe, mas a Avenida Leitão da Silva, que corta diversos bairros de Vitória, permanece com o mesmo traçado original, planejado pelo engenheiro Saturnino de Brito. Inclusive, o trecho da Rua Dona Maria Rosa até o canal norte, onde hoje fica o bairro Andorinhas, também faz parte da via. (Com informações da Rádio CBN Vitória)

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