Publicado em 4 de junho de 2019 às 19:43
A nova escola Aristóbulo Barbosa Leão, em Laranjeiras, na Serra, só deve ficar pronta em 2022 e custará R$ 20 milhões. As obras começaram em 2012 para ampliar o prédio antigo e serem instaladas estruturas como uma quadra poliesportiva, mas o edifício principal acabou sendo demolido após ser condenado por ter rachaduras. Desde então, os alunos estão estudando em um prédio alugado pelo governo do Estado.>
Nas obras e na demolição, que ocorreu em 2018, já foram gastos R$ 6 milhões. Tudo parou em 2014 quando o contrato firmado com a empresa foi rescindido.>
Segundo o subsecretário de Estado da Educação, Aurélio Meneguelli, há duas semanas houve uma reunião com os alunos para que as novas estruturas fossem apresentadas. Desde que foi demolido o prédio principal, os estudantes estão em um local alugado pelo governo do Estado.>
Em dezembro vamos publicar o edital e as obras devem começar no segundo semestre do ano que vem. O prazo para finalização dos trabalhos será de 24 meses. Pela minha experiência, tudo deve terminar em meados de 2022, conclui.>
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ABANDONO>
Do antigo prédio principal, que foi demolido, nada foi reaproveitado. Restaram uma quadra, um refeitório, um vestiário e um auditório no terreno, ainda que cobertos por mato. Essas outras estruturas continuarão na escola, do jeito que está. Porque não foram afetadas como a edificação em que estavam os estudantes. O prédio será totalmente moderno, climatizado e optamos por fazer um edifício de três andares, adianta.>
Aurélio justifica que o prédio estava com problemas estruturais e que a decisão de demolição veio de um laudo de especialista. À época, foi feito um estudo que constatou que poderíamos fazer uma recuperação básica, completa ou reconstruir. A gestão anterior preferiu a demolição, que em alguns casos realmente é a melhor escolha, afirma.>
Segundo o subsecretário, isso porque poderia ficar inviável gastar tanto dinheiro para reparar algo que não seria duradouro, como ele avalia que seria o caso da Aristóbulo.>
NOVA ESCOLA>
A promessa é de que toda a edificação terá ar-condicionado central, estrutura de iluminação natural em todo o prédio e uma área de vivência suspensa para os estudantes.>
Esse projeto, de acordo com Aurélio, foi feito em parceria com a ArcelorMittal, que ficou a cargo apenas de desenvolver o planejamento. Eles contrataram um escritório especializado e vão apresentar o projeto. Depois ele tem que ser aprovado junto à Prefeitura da Serra e Corpo de Bombeiros. Após isso vai para orçamento e começa a licitação, explica. A GAZETA teve acesso a uma perspectiva de como ficaria a fachada da nova escola.>
ALUNOS: CALOR E INSEGURANÇA>
São frequentes as reclamações de alunos sobre o prédio onde atualmente funciona o Aristóbulo, na Serra. Logo no início das obras, em 2012, eles foram levados para um espaço provisório onde funcionava uma faculdade particular em Jardim Limoeiro. O espaço é alugado pelo governo do Estado, que em 2018 pagava pelo menos R$ 70 mil por mês, segundo informações da época do próprio ex-secretário de Educação Haroldo Rocha.>
Segundo uma estudante do 2º ano do ensino médio, que prefere não se identificar, faltam até ventiladores no local. A gente passa mal por causa do calor e nem consegue ficar nas salas. Também temos um problema sério com roubos e falta de segurança, conta.>
Em reunião com estudantes, representantes da Sedu informaram que a licitação para a retomada da obra sairá em dezembro e as empresas irão ser apresentadas em junho de 2020.>
Eu acompanho todo o processo. Minha irmã estudou lá, ouvia as promessas, já se formou e não tem um novo prédio. Pelas novas promessas, quando a escola ficar pronta, eu não vou estudar mais lá. No fundo eu tenho esperança de que agora vai, afirmou a aluna. O subsecretário Aurélio confirma que o ar- condicionado está quebrado, mas garante que a Sedu considera o local apropriado para os estudantes.>
Fazemos manutenções no prédio. Só que reforma não dá para fazer pelo fato de o local ser alugado. A questão do calor nós estamos avaliando. O prédio possui ar condicionado, mas não está funcionando, reitera.>
Para Aurélio, não há estrutura melhor do que a que os alunos estão pelas redondezas e também não há possibilidade realocar os alunos até que terminem as obras. No prédio onde agora está a escola funcionava uma faculdade particular com mensalidade alta, inclusive. A gente não entende aquele prédio como sendo ruim, finaliza.>
(Com informações de Beatriz Marcarini)>
A NOVELA>
2012>
Foi assinado o primeiro contrato com a Almar Construtora. O projeto era ampliar e construir novos espaços para os alunos. No mesmo ano, os estudantes foram realocados para outro espaço, em que estão até hoje, onde funcionava faculdade particular.>
2015>
O contrato com a Almar foi rescindido em março e o serviço foi paralisado. Até então, o gasto com a obra já somava em torno de R$ 6 milhões.>
2018>
O governo do Estado informou que licitaria a nova obra no fim do ano, mas isso não aconteceu. À época, optou-se por uma parceria com a ArcelorMittal para que esta entregasse um projeto para a nova escola e o prédio principal foi demolido.>
2019>
O governo do Estado promete publicar o edital de licitação de retomada das obras até dezembro, com gastos de mais R$ 20 milhões. Os serviços devem iniciar em 2020 e a escola deve ficar pronta em meados de 2022.>
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