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Meu barco, minha casa: bióloga conta como é viver em um veleiro em Vitória

Meu barco, minha casa: bióloga conta como é viver em um veleiro em Vitória

Motivados por um estilo de vida menos consumista e mais próximo da  natureza, a bióloga Giovanna Cypriano e o marido, o piloto de helicóptero, Felipe Tessarolo, reformam o próprio veleiro para se mudarem em definitivo para o barco

Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 07:36

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O Bagik fica ancorado no mar da Praia a Guarderia, em Vitória. (Divulgação/Vix Náutica)

Bagik, em tradução literal de um dialeto francês, significa "meu barquinho". É exatamente no veleiro batizado com esse nome que o casal Giovanna Cypriano e Felipe Tessarolo Velame irá morar em um futuro próximo. A opção de deixar uma casa em terra firme para morar no mar não chega a ser incomum. Apenas na região da Praia da Guarderia, em Vitória, onde o veleiro deles está, outras 26 embarcações estão ancoradas por pessoas que já moram em barcos.

"Compramos o nosso em junho do ano passado e passamos a amadurecer essa ideia de nos mudarmos para um barco. Nossa motivação é levar uma vida mais simples e sustentável, pois geramos nossa própria energia (solar) e não acumulamos muitas coisas por conta da restrição de espaço. Atualmente ainda moramos em casa e estamos reformando todo o interior do barco, mas nossa intenção é para o final deste ano", contou a bióloga de 39 anos.

Morar em uma embarcação impõe necessidades específicas, uma delas é ter um barco de apoio para fazer o deslocamento até a faixa litorânea, mas nada que seja um problema para Giovanna e a família. "Temos um bote de apoio para embarcar e desembarcar. É relativamente simples".

CONFORTO

Engana-se quem ache que morar em um veleiro seja desconfortável. Na embarcação que o casal está reformando com as próprias mãos, ao todo são 11 metros de comprimento (36 pés em medidas náuticas), mas o espaço interno é todo planejado para aproveitar todas as áreas disponíveis.

O Bagik fica ancorado no mar da Praia a Guarderia, em Vitória(Divulgação/Vix Náutica)

"É bem confortável. O espaço é reduzido, mas quando se coloca a cabeça para fora o quintal é enorme (risos). Queremos o máximo de conforto possível, com tudo o que uma casa precisa ter, como fogão, geladeira entre outras coisas. Existem equipamentos eletrodomésticos específicos e ajustados para embarcações. Em relação à água para consumo, ali na Curva da Jurema existe uma mangueira que vai até os barcos. Alguns barcos têm sistema de captação de chuva. Quando não há opção, o jeito é comprar e levar", detalhou a bióloga, explicando que para se morar em um veleiro a embarcação precisa estar legalizada junto à Capitania dos Portos, similar ao que ocorre com um carro, além de material de salvatagem.

ANSIEDADE

Contando os dias para a mudança, Giovanna explica que ela e o marido controlam a ansiedade para não precipitar a ida em definitivo para o Bagik. Tudo é feito com calma e minimizando eventuais desperdícios de mão de obra, material, tempo e dinheiro.

"Construir um barco como é o nosso caso demanda muita coisa e dá trabalho. Primeiro porque está sendo montado por nós, então temos de levar tudo. Nesse sentido, meu marido vai mais do que eu, pois tem uma escala de trabalho mais flexível. Tudo está sendo feito por nós, então não podemos errar. Temos vontade de nos mudarmos logo, sair do aluguel e viver como planejamos em família", finaliza a bióloga.

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Embora ainda não residindo na embarcação, o casal já tem endereço fixo no mar da Baía de Vitória: a Guarderia, próximo da Curva da Jurema. O local foi escolhido por conta das águas calmas, proximidade com centros comerciais, além da hospitalidade dos velejadores residentes no local, o que atrai pessoas de vários cantos do mundo e fortalece o turismo na Capital capixaba. Essa região, inclusive, tem permissão para que barcos do tipo fiquem atracados.

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