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CRM-ES denuncia falta de médicos em hospitais públicos

CRM-ES denuncia falta de médicos em hospitais públicos

Segundo o conselho, faltam médicos em unidades de saúde e também estrutura para realizar os atendimentos de norte a sul do Estado

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 20:08

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Hospital Roberto Arnizaut Silvares  fica no Norte do Espírito Santo. (Reprodução | TV Gazeta Norte)

Denúncias apuradas por representantes do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) apontou a situação crítica do serviço de saúde prestado à população do Estado. Faltam médicos em unidades de saúde e também estrutura para realizar os atendimentos de norte a sul do Estado. 

"Recebemos denúncias que faltam pediatras em hospitais que têm como prioridade atender crianças, médicos estão trabalhando 36 horas seguidas em alguns lugares para atender  o maior número de pessoas possíveis, pois não há profissionais e também falta estrutura mínima para fazer o atendimento", observou o médico Celso Murad, presidente do CRM-ES .

Uma das denúncias é sobre as condições de trabalho no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, no Norte do Estado. Além de ter médicos fazendo 36 horas de plantões seguidos, alguns estão atendendo especialidades para as quais não são qualificados. Outra unidade alvo do CRM é o Hospital Menino Jesus, em Pedro Canário, que tem prioritariamente crianças. "A denúncia, do próprio Ministério Público Estadual, é de não há pediatras", pontuou o presidente do CRM.

Na Grande Vitória, há denúncias de funcionários que ficaram quatro meses sem receber no Hospital Infantil de Vila Velha (Himaba). Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra-Sede, a queixa é sobre a falta de estrutura para atendimentos. "O médico não tem privacidade de atender um paciente reservadamente, pois há duas pessoas no mesmo consultório", descreveu Murad. 

No Sul do Estado, o Hospital Santa Casa e o Hospital Infantil São Francisco de Assis, ambos em Cachoeiro de Itapemirim, além de  uma unidade municipal em Guaçuí, estão com problemas de contração de funcionários, segundo o CRM-ES. 

"Estamos com demandas de especialistas que poderiam ter sido resolvidas em 80% dos casos com saúde básica, já que o atendimento da família não é bem estruturado. Há ainda uma sobrecarga de trabalho para os médicos e salários baixos de R$ 1.200 no interior, por exemplo", diz o presidente. 

OUTRO LADO 

O CRM-ES pretende solicitar às autoridades do Estado -  secretário de saúde e governador -  providências e também comunicar o Ministério Público Federal e Estadual sobre as queixas.

Por nota, a Secretaria de Saúde (Sesa) informa que a atual gestão está reorganizando toda rede estadual de saúde prevista em Planejamento Estratégico e que ações de expansão e modernização hospitalar já estão em curso. Uma delas, por exemplo, é a expansão do atendimento médico hospitalar da região Norte. O projeto do novo Hospital Estadual Roberto Silvares (HRAS) já está em elaboração e a previsão é que a unidade conte com cerca de 280 leitos, sendo referência regional para emergência clínica e cirúrgica.

Já a Prefeitura da Serra afirma, também por nota, que "a UPA de Serra-Sede foi vistoriada recentemente e recebeu a qualificação máxima do Ministério da Saúde, inclusive pela estrutura existente. A Secretária de Saúde sempre esteve e estará aberta ao diálogo para ajustes e melhorias visando sempre atender melhor a população e seus colaboradores. Uma equipe irá amanhã (terça-feira) à unidade para, junto com os profissionais, avaliar as ponderações realizadas pelo CRM."

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A nota da prefeitura destaca ainda que "a Serra vem adotando, com sucesso, o modelo de gestão compartilhada, através de Organizações Sociais. Os resultados positivos já podem ser constatados nas UPAs de Carapina e Castelândia. A UPA de Serra-Sede irá adotar o mesmo modelo de gestão nos próximos meses", conclui.

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