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Coronavírus: condomínios do ES proíbem utilização das áreas de lazer

Coronavírus: condomínios do ES proíbem utilização das áreas de lazer

Disponibilização de álcool em gel em áreas comuns e limpeza mais frequente dos elevadores estão entre as medidas adotadas para conter a doença

Publicado em 17 de março de 2020 às 18:47

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Vista aérea de prédios de Vitória. . (Luciney Araújo)

Os condomínios da Grande Vitória estão tendo que se adaptar a uma nova rotina de prevenção ao coronavírus. Desde disponibilização de álcool em gel aos funcionários e condôminos até a proibição da utilização de áreas comuns como churrasqueira, academia e playground, uma série de medidas estão sendo postas em prática para impedir o avanço da epidemia.

Leandro Moulin, de 34 anos, é síndico do condomínio Modern Life, localizado na Avenida Cézar Hilal, em Bento Ferreira, na Capital. Ele conta que uma série de novas normas foram ratificadas, dentre as quais se destacam a disponibilização e utilização de álcool em gel aos porteiros e zeladores, bem como o aumento da frequência de limpeza dos elevadores. 

O prédio possui 96 apartamentos e cerca de 200 moradores, portanto as informações são divulgadas também para que os condôminos possam se precaver contra a contaminação do Covid-19. Foram instalados borrifadores de álcool em gel em áreas comuns, além da proibição da utilização de áreas de lazer por três meses. Também foram colocados em elevadores cartazes de caráter informativo para os moradores e pessoas que circularem pelo edifício.  

Cartaz informativo foi colocado em áreas comuns do condomínio Modern Life. (Reprodução)

No edifício Praia Bella, em Barro Vermelho, a síndica Celeneh Perim se reuniu com os funcionários para informar e dar orientações sobre o coronavírus. Ela disse que todas as portas de acesso do prédio possuem maçanetas ou puxadores, o que aumenta o risco de contaminação. Por isso, instruiu aos porteiros e zeladores a utilizaçao constante do álcool em gel, além de uma maior frequência de limpeza nos locais.

Celeneh também recomendou que todas as portas de acesso ao interior do prédio permanecessem abertas, para maior circulação de ar. Além disso, ela avisou aos moradores sobre as informações dadas aos funcionários e reforçou a prática de hábitos de higiene básica, como lavar as mãos sempre que possível e a utilização do álcool em gel. 

Sheila Cristina de Souza, síndica do condomínio Villa Castelli, em Jardim Camburi, explicou que não fez restrições aos funcionários e moradores e apenas segue as instruções de recomendação dos governos federal e estadual. Dentre essas, estão a não utilização de áreas comuns, como churrasqueira, salão de festas, piscina e campo de futebol. Sheila explica que não conseguiu comprar o álcool em gel por conta da rapidez com que esgotaram os estoques no comércio, mas conseguiu pedindo doações a moradores. Ela colocou potes na portaria para a utilização de funcionários e reforçou a limpeza nas áreas comuns. 

Sheila explicou que os moradores estão acatando tranquilamente as decisões e que requisitou para que, caso alguém demonstre algum sintoma do coronavírus, deve entrar em contato com ela. A síndica ainda ressaltou a impossibilidade de dispensa dos porteiros. "Dependemos deles, são seis portões de garagem para serem fiscalizados diariamente".

ADMINISTRADORA INSTRUI OS CONDOMÍNIOS

Suely Furtado, gerente da Administradora Condominius, que atua em toda a Grande Vitória e atende mais de 120 condomínios, afirmou que existe uma recomendação de evitar aglomerações em áreas comuns e instruções de higiene pessoal que devem ser seguidas.

Suely contou que foi disponibilizado hoje um informativo, com autorização dos síndicos, comunicando para que as pessoas evitem a utilização das áreas de lazer. "Alguns condomínios já adotaram algumas medidas, como cancelamentos das assembleias, para evitar aglomeração de pessoas. Estamos orientando os funcionários sobre limpeza de elevadores, mas temos dificuldades em encontrar o álcool em gel", explicou.

De acordo com Suely, cerca de 80% dos condomínios atendidos pela empresa já adotaram as novas medidas de segurança contra a contaminação. Ela ressalta, ainda, que a maioria dos prédios criou ações de forma independente e que a Condominius reforça essas medidas.

ADEMI-ES TAMBÉM FAZ RECOMENDAÇÕES

Procurada pela reportagem, a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo (Ademi) se manifestou por meio de nota e reforçou a recomendação de evitar aglomerações nos condomínios, restringir o uso das áreas de lazer e a adoção de hábitos mais severos de higiene pessoal e coletiva.

A Ademi-ES, por meio do seu Núcleo de Administradoras de Condomínios, informa que tem orientado como medida de enfrentamento à propagação do Covid-19, a suspensão de atividades coletivas, bem como a intensificação dos protocolos de limpeza nas áreas comuns dos condomínios. A intenção é contribuir para conter o avanço da doença, conforme orientação do Ministério da Saúde e órgãos estaduais responsáveis pelo combate à pandemia.

A entidade reforça a necessidade de maior rigor na limpeza e higienização de portarias, elevadores, corrimãos de escadas, portas e maçanetas. Também é válido disponibilizar álcool gel 70% nas portarias, além de reconsiderar o acesso de fornecedores ao interior do imóvel, limitando a retirada de encomendas (como lanches, por exemplo) pelo morador na portaria.

Outra determinação é que os condôminos que, porventura estejam com suspeita ou confirmação do coronavírus, informem voluntariamente ao síndico para o controle, permitindo a tomada de medidas de prevenção.

Quanto às áreas comuns, incluindo equipamentos de lazer, a recomendação é suspender o uso de piscinas, saunas, como também o fechamento da agenda do salão de festas, churrasqueiras, áreas gourmets, entre outros espaços de aglomeração. Na academia, cabe atenção redobrada e uso de álcool gel 70%.

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Segundo o diretor do Núcleo de Administradoras de Condomínios, Glauco Marinho, os condomínios estão atentos à disseminação do Covid-19, modificando o comportamento e adotando medidas para evitar a eventual circulação do vírus nas dependências do empreendimento.

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