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Morte de jovem agrava tensão entre traficantes e PMs no bairro Andorinhas

Morte de jovem agrava tensão entre traficantes e PMs no bairro Andorinhas

O jovem Gabriel Ferreira, 21 anos, morreu baleado durante um suposto confronto com a Polícia Militar. Dentro do bairro, grupo de traficantes tem construído barricadas com pneus e paus e ateado fogo nos materiais para impedir o acesso da polícia ao bairro

Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 22:52

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Drogas apreendidas em Andorinhas, Vitória, pela Polícia Militar. (Polícia Militar)

O bairro Andorinhas, em Vitória,  que possui mais de 3 mil habitantes, tem sido palco de confrontos entre traficantes e policiais nos últimos dias. O estopim para o enfrentamento foi a morte de Gabriel Ferreira, 21 anos, que teria sido morto por militares durante um suposto confronto, na noite de sábado (14). O caso está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Militar e pela Polícia Civil. 

Os militares envolvidos na situação informaram que Gabriel teria trocado tiros com os policiais que foram ao local para averiguar uma denúncia de homens armados no bairro. Já familiares de Gabriel dizem que houve excesso por parte da Polícia Militar, e garantem que o jovem foi assassinado após estar rendido pelos policiais

A morte de Gabriel gerou protestos de parentes e amigos no início da noite de segunda-feira (16) e desta terça-feira (17) na Avenida Reta da Penha. Mas as manifestações não pararam aí. 

Dentro do bairro, na Avenida Leitão da Silva, um grupo de traficantes tem construído barricadas com pneus e paus e ateado fogo nos materiais para impedir o acesso da polícia ao interior do bairro. 

"A obstrução de vias não inibe a ação da Polícia Militar de forma alguma. Sabemos que a população de bem não é conivente com isso, que são os maiores prejudicados nessa situação.  A ação de saturação na região vai continuar enquanto for necessário", pontua o Tenente Almeida, comandante da Força Tática do 1º Batalhão da PM.

Na noite de segunda para terça-feira desta semana, foi a Força Tática quem foi confrontada pelos criminosos por três vezes durante a patrulha. Na manhã desta terça-feira, foram apreendidos 77 pinos de cocaína, 56 pedras de crack e 39 buchas de maconha.

Para quem mora na região, o medo é ficar no meio desse fogo cruzado. "A gente ouve barulho de tiro. Até evito sair de casa. As lojas estão cheias de sujeira por causa das barricadas com fogo. A gente vinha tranquilo há meses, com boa convivência, mas aí aconteceu a morte do rapaz e agora estamos passando por essa tensão novamente", disse uma moradora, de 47 anos. 

O muro da Igreja Católica e também outros muros do bairro foram pichados com frases de acusação à PM. 

O BAIRRO

Andorinhas já passou por dias complicados quanto ao quesito segurança pública. Em setembro, o grupo de rivais conhecido como "Irmãos Veras", de Itararé, tentaram tomar o ponto de drogas do bairro.  É uma comunidade de fácil acesso, pois tem proximidade com as avenidas Leitão da Silva, Reta da Penha e Maruípe, vias importantes da Capital.

Fora a insegurança, a maioria dos moradores gosta de morar no local. "Eu conheço todo mundo, nasci e cresci no bairro. Temos um bom pronto atendimento, escolas e até atividades no Centro Comunitário. Os ônibus para todos os lugares estão bem pertinho e o comércio aqui dentro é forte", contou um morador, que não será identificado.

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Além da creche municipal com 466 crianças matriculadas, também há uma escola de ensino fundamental com 479 alunos, segundo a Prefeitura de Vitória. Também conta com uma academia popular, quadra poliesportiva e um centro comunitário. 

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