Duas mãe unidas pela mesma dor
Duas mãe unidas pela mesma dor . Crédito: Montagem A Gazeta

A mensagem da mãe do Théo à mãe que perdeu filho soterrado no ES

Ao saber que Fernanda Caus perdeu o filho e o marido, Katiucia Cosine se solidarizou com a mãe e enviou um recado de esperança e fé

Publicado em 19/11/2019 às 15h42

Duas mães e uma dor em comum: a perda de um filho. Nesta segunda-feira (18), a notícia da morte do menino Lorenzo Caus, de apenas 6 anos, causou comoção no Espírito Santo. Ele morreu dias depois de perder o pai soterrado na casa da família em um distrito de Santa Leopoldina. Há cerca de 8 meses, outra morte abalou os moradores do Estado: a do menino Théo. Ele faleceu no dia 27 de março em decorrência do surto de gastroenterite em uma creche particular em Vila Velha. Nesta terça (19), A Gazeta uniu o sofrimento e a fé de duas mães que estão no centro dessas histórias: Fernanda Caus, que perdeu o marido e o filho, e a empresária Katiucia Cosine, a mãe do Théo. 

Muito comovida com o caso de Fernanda, Katiucia atendeu à reportagem e logo se colocou à disposição da mãe em luto. "Me coloco à disposição dela, nem que seja para um abraço. Eu imagino a dor que ela que está sentindo. Se eu puder fazer alguma coisa, estou aqui", se prontificou.

Na manhã desta terça-feira (19), uma familiar contou à reportagem que Fernanda tem se apegado à fé para suportar tamanha dor. E é justamente a fé que tem sustentado Katiucia, mãe do Théo, nos últimos meses. 

"A fé é muito importante, independente da religião. A pessoa que perde um filho, Deus é quem vai sustentando.  Ele nos sustenta. É uma dor tão forte! A gente se apega ao sofrimento que Deus teve ao ver o seu filho ser morto. E tem uma hora que a gente tem que fazer essa entrega (a do filho) e se apegar aos bons momentos", afirma. 

Desde que perdeu o filho, Katiucia se aproximou de outras mães que passam pela mesma dor. "A gente tem feito uma ajuda mútua. Tenho conversado com várias mães, inclusive de outros Estados. Não sei se esta é a palavra certa, mas a gente sente essa dor com um pouco mais de propriedade. Imagino como ela deva estar, e ela vai seguir com a dor. Tenho acompanhado algumas mães. Uma grita socorro para a outra e vamos nos ajudando. Nem todas as pessoas querem ouvir a gente falando". 

AMIZADES

Outro ponto que a empresária destaca é o das amizades. 

Katiucia Cosine

Mãe do Théo, menino morto após surto em creche

"Os amigos são anjos que Deus vai colocando. Essa dor não passa, vai dando lugar a uma saudade que dói. A gente vai seguindo, com Deus, com a fé e com as pessoas ao nosso lado nos sustentando"

O SOFRIMENTO

Pode até parecer estranho para quem ler, mas a mãe do Théo diz que não pede a Deus para que tire o sofrimento da perda. " Peço a Deus que não tire o sofrimento, mas que Ele torne pelo menos suportável. Só sente essa dor quem amou de verdade", explica.

Segundo Katiucia, hoje, a dor já é suportável, mas vivendo sempre um dia de cada vez. "É uma vida antes e uma vida depois de perder um filho. No momento, ela começou a mexer nos objetos do filho, mas tudo é devagar. "Tem hora que bate com mais força. É uma dor que, às vezes, se torna física", destaca. 

COMO AJUDAR

Muitas pessoas não sabem o que dizer em um momento de luto. Katiucia diz o que a ajudou. "A dor é muito individual e ninguém tem que quer fazer isso ou aquilo. Ninguém tem que nada. O que essa mãe precisa saber é que ela não está sozinha. Dê um abraço. Mas tem gente que prefere ficar sozinho. O processo de luto é muito individual, tente entender a dor do outro. Esteja por perto e respeite a dor dela".

Por fim, ela completa: "A dor tem que ser sentida. A ficha vai caindo, há os espaços vazios na casa. Nossa! Ele não vai voltar. Mas, com o tempo, fui entendendo que ele está dentro de mim". 

ENTREVISTA

Em julho deste ano, os pais do menino Théo receberam a reportagem de A Gazeta em casa. Reveja a entrevista. 

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