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Mercado virtual é caminho sem volta, mas exige planejamento

Mercado virtual é caminho sem volta, mas exige planejamento

Pandemia acelerou processo de digitalização das empresas. Para sobreviver à crise, no entanto, companhias devem rever seus planos de negócios

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 21:38

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empreendedorismo digital
Pandemia transformou o jeito de se fazer negócios . (Freepik)

A pandemia do novo coronavírus e as regras de isolamento social transformaram o jeito de se fazer negócios. Para superar a crise e sobreviver a esse momento de incertezas, muitos empresários precisaram repensar seus planos e propostas de empreendimento. O mercado virtual mostrou-se um caminho sem volta, mas, para chegar até lá, é preciso planejamento. 

Aqueles projetos que já nasceram digitais ganharam ainda mais espaço neste momento, enquanto os que não estavam presentes no mundo virtual tiveram que migrar a atuação para a internet de modo a melhorar seu desempenho, ampliar seu alcance e otimizar os resultados.

Para a diretora de Tecnologia, Inovação e Produtividade do Senai-ES, Juliana Gavini, o empreendedorismo digital tem vários benefícios e um deles é a possibilidade de se colocar uma ideia em prática com pouco investimento em estrutura. Segundo ela, o mundo digital é cada vez mais relevante no nosso dia a dia, e não há mais como voltar ao que era antes.

“O mais bacana é essa capacidade de ser exponencial, como é o caso das startups, que são direcionadas para o digital e utilizam a tecnologia como instrumento. Não precisam investir na estrutura física porque são grandes em conhecimento e competência e, ao mesmo tempo, realizam um trabalho com potencial gigantesco. Esse é o brilho do empreendedorismo digital, levar o valor do negócio a mais e mais pessoas, potencializando o valor tecnológico”, analisa.

diretora de Tecnologia, Inovação e Produtividade do Senai-ES, Juliana Gavini
Juliana Gavini destaca a aceleração dos negócios por meio da tecnologia. (Divulgação/ Alexandre Mendonça - UCI Findes)

Juliana destaca o empreendedorismo digital como um caminho sem volta, pois obriga a acelerar o acesso às tecnologias para cobrir a necessidade de interação das pessoas, e também conectar sistemas físicos.

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Os empreendedores digitais não estão somente no contexto da interação, mas permeiam máquinas e equipamentos. Eles estão presentes de ponta a ponta com inúmeras potencialidades

Juliana Gavini
Diretora de Tecnologia, Inovação e Produtividade do Senai-ES
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Especialista em Inovação, Arthur Igreja acredita que o empreendedorismo deve crescer ainda mais, principalmente pela redução na oferta de vagas de emprego. “Hoje, é super acessível começar um negócio, algo que há poucos anos era necessário muito dinheiro. Há várias alternativas no mercado que dão acesso à informação e ao crédito, por exemplo. Basta aproveitar esse mundo de oportunidades”, recomenda. 

E, para diminuir as possibilidades de frustração, Igreja orienta que o empreendedor converse com outras pessoas que já tenham investido no próprio negócio.

“Muita gente acredita que é só se jogar naquilo em que acredita. Entretanto, algumas ações vão ajudar a ganhar tempo e ter menos chances de errar. Com isso, é preciso se ajustar à sua realidade e ao perfil do seu negócio”, ensina.

DIGITALIZAÇÃO

Durante a pandemia, algumas empresas foram obrigadas a migrar do analógico para conseguir sobreviver no mercado. Esse movimento se chama digitalizar o negócio.

Leonardo Carraretto
Leonardo Carraretto acredita que todo tipo de negócio deve ser repensado. (Divulgação)

O pesquisador de Futuros, Leonardo Carraretto, cita como exemplo os restaurantes que não utilizavam os aplicativos de entrega antes da pandemia, ou lojas que passaram a comercializar seus produtos pelas redes sociais. Já uma empresa digital, segundo ele, é aquela que já nasceu com essa tecnologia.

“O empreendedorismo digital é um caminho sem volta e todos os negócios terão que ser repensados. Chegará um tempo em que o digital virá primeiro do que o digitalizado. Alguns processos foram acelerados, de cinco a 10 anos, em apenas cinco meses. Essa mudança será impulsionada pelo comportamento do consumidor e quem não se adaptar a essa inovação não vai existir. Isso vai valer tanto para os que já existem quanto para aqueles que ainda vão surgir”, pontua.

A transformação digital veio para modificar a vida do consumidor e, para chegar a ele, o empreendedor terá que combinar a tecnologia com a forma de alcançar o cliente, aponta Carraretto. 

EMPRESAS PRECISAM SE PREPARAR PARA ATENDER AO E-CONSUMIDOR

Estar na internet e vender pelas redes sociais são iniciativas importantes para o empreendedor, mas ele precisa se conectar também a outros aspectos. Uma deles é o foco no atendimento ao consumidor.

O primeiro passo para conseguir ter um negócio de sucesso é saber se organizar, conforme destaca a consultora de negócios Josy Santos. Para isso, é preciso conhecer o mercado, entender as demandas do público, saber quem serão os clientes e como serão feitas as vendas,  identificar o canal  que será utilizado para as operações comerciais e financeiras.

“O empresário precisa identificar por onde ele quer comercializar seus produtos ou serviços, se pelo Instagram ou WhatsApp, por exemplo. Pensar na plataforma de pagamentos também é fundamental. Com isso definido, é preciso investir em boas fotos para atrair o cliente, principalmente se a opção é vender pelas redes sociais”, observa.

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Costumo dizer que empreender é impulsionado por três 'Ps'. O primeiro é o propósito do negócio, o que vai levar a pessoa a investir. Depois vem o planejamento, o que é preciso fazer para o negócio dar certo, levantamento de custo e o quanto ele vai pagar a você. E, por fim, vem a persistência, o que vai fazer esse empreendedor seguir em frente, apesar de todos os desafios

Josy Santos
Consultora de negócios
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Na opinião do gerente de competitividade do Sebrae-ES, Luiz Felipe Sardinha, desenvolver um trabalho em torno da marca continua sendo muito importante, e ele aponta os primeiros passos de um empreendedor. 

“Definir qual será o cliente, com as características e o perfil. O próximo passo será a definição do canal de comunicação. Também é fundamental acompanhar o perfil desse consumidor, entender como ele se comporta com uma postagem no Facebook ou em um site de vendas. Avalio ainda que o cliente precisa associar a sua marca com algo que ele necessite. Por isso que o posicionamento é tão importante”, ressalta.

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