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Grupo criminoso usava pátio em Vila Velha para adulterar combustíveis, diz PF

Grupo criminoso usava pátio em Vila Velha para adulterar combustíveis, diz PF

Organização adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado de uma empresa na Bahia e misturava materiais a corante para dar coloração de gasolina. Combustível "batizado" foi vendido em pelo menos 8 postos, que foram interditados

Publicado em 12 de abril de 2022 às 18:33

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Base na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usada no esquema
Base na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usada para fraude. (TV Gazeta/Reprodução)

Um pátio localizado na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usado como base do esquema de fraudes nos combustíveis revelado pela Operação Naftalina, deflagrada nesta terça-feira (12).

Segundo a Polícia Federal, no local a organização criminosa recebia os caminhões com produtos que seriam utilizados para “batizar” a gasolina vendida por pelo menos oito postos na Grande Vitória. Os estabelecimentos foram interditados.

Segundo as investigações, a organização criminosa adquiria cargas de nafta solvente e álcool hidratado de uma empresa na Bahia, que emitia notas como se a carga fosse ser destinada ao Estado de São Paulo, mas desviava os produtos, por meio de caminhão, até a Grande Vitória.

Base na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usada no esquema
Base na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha, era usada no esquema. (TV Gazeta/Reprodução)

Em solo capixaba, esse material era levado até o pátio clandestino, onde os dois materiais eram misturados e a eles era adicionado um corante para dar coloração de gasolina.

O superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, explicou ainda que diversas pessoas estavam envolvidas no esquema, chefiado de dentro da cadeia por um suposto miliciano, e trabalhavam na adulteração do combustível.

“Tudo indica que a organização criminosa misturava nafta com álcool hidratado, e misturava um corante para dar um aspecto de que esse líquido era gasolina. Só que, na verdade, não se tratava de gasolina. Se trata de um produto adulterado, que certamente vai danificar os carros, vai prejudicar a economia popular, e atinge indiscriminadamente todas as pessoas.”

Conforme explicou o delegado da Polícia Federal, Vinicius Venturini, esses produtos utilizados geralmente têm outras destinações.

“Esse nafta era para solvente, tinta, plástico, não para ser combustível, e estava sendo utilizado na mistura, juntamente com álcool hidratado. Normalmente, na gasolina é utilizado o álcool anidro, que não tem água. Por isso, quando foram feitas as verificações desses combustíveis, verificou-se uma quantidade muito grande de água no combustível, que não é normal e não é permitido.”

Oito postos vendiam o combustível adulterado e foram interditados na operação. São eles:

  • Posto Gallo - Rodovia Governador José Sete, S/N, Porto de Cariacica, Cariacica
  • Posto São Geraldo - Cruzamento da Rua São Roque com a Rua Águia Branca, Vale Encantado, Vila Velha
  • Posto Frontier- Cruzamento da Rua Vicente Celestino com a Rua Santana, Campo Grande, Cariacica
  • Posto AS Eirelli - Av. Fernando Antônio, 579 - Bela Aurora, Cariacica
  • Posto Nova Marca - Rod. Norte Sul, S/N (Ao lado do Terminal de Carapina), Rosário de Fátima, Serra
  • Posto Jupter - Rod. do Sol, 1796 - Praia de Itaparica, Vila Velha
  • Posto Bremenkamp - Cruzamento da Avenida Bahia com a Rua Mariano Firme, Valparaiso, Cariacica
  • Posto Rio Marinho - Cruzamento da Rua Principal com Rua Ovídio, Rio Marinho, Cariacica

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Espírito Santo (Sindipostos) afirmou em nota que "repudia toda e qualquer prática que não esteja em conformidade com as regras do setor, mas respeitando o direito de defesa dos envolvidos."

A entidade ainda complementou: "O Espírito Santo tem, historicamente, segundo o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis da ANP, um dos melhores índices de qualidade do Brasil. Os fatos que estão sendo investigados são pontuais e, como se viu, praticados por novos entrantes oriundos de outros Estados. Ou seja, não representa a realidade do nosso mercado", diz a nota.

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