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Como se tornar um produtor de energia e reduzir conta em até 95%

Como se tornar um produtor de energia e reduzir conta em até 95%

Nos casos em que a produção for superior ao consumo, a energia excedente pode ainda ser utilizada como crédito em até 60 meses; saiba mais

Publicado em 27 de março de 2022 às 11:00

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Com a conta de luz cada vez mais cara diante do reajuste de tarifas e das bandeiras tarifárias, uma parcela cada vez maior de consumidores tem procurado formas de reduzir suas despesas com energia elétrica. Neste contexto, uma das alternativas é gerar a própria energia, que pode levar a uma redução de até 95% no valor pago mensalmente.

Diversas empresas do Espírito Santo já produzem energia para consumo próprio e, em alguns casos, comercialização do excedente. Mas, o número de consumidores residenciais gerando eletricidade em território capixaba também segue avançando.

Atualmente em território capixaba, cerca de 11,8 mil clientes entre comerciais, residenciais e rurais, são mini ou micro geradores de energia (MMGD), atuando com a chamada geração distribuída, sendo 9,6 mil clientes na área de concessão da EDP Espírito Santo, de acordo com a concessionária.

Energia solar. Energia fotovoltaica
Casa com painéis de geração de energia solar: é possível reduzir conta em até 95%. (Miguel Ângelo/CNI)

A energia solar costuma ser a opção mais viável, uma vez que é possível adaptar imóveis já existentes para receber as placas fotovoltaicas responsáveis pela captação da luz. A produção total realizada no Estado alcança 149,8 quilowatts (kW), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para fins de comparação, em 2021, o parque de energia solar do país chegou a 10 gigawatts (GW). Ou seja, o Espírito Santo é responsável por algo em torno de 1,5% desse total.

Embora seja um processo considerado relativamente simples, quem pretende produzir a própria energia precisa seguir uma série de passos.

O diretor comercial da Enphase no Brasil, Lucas Troia, observa que a primeira coisa a se fazer é buscar por uma empresa capacitada, que saiba dar os direcionamentos necessários a cada caso. Essa mesma prestadora de serviço será responsável por elaborar um projeto de instalação e listar os equipamentos para a geração de energia.

O investimento total varia de acordo com o consumo de energia. Há imóveis cuja conta de luz mensal fica em torno de R$ 300, enquanto em outros pode chegar, por exemplo, a R$ 5 mil. Para uma residência padrão, o investimento médio é estimado entre R$ 25 mil e R$ 30 mil.

Troia destaca que, com os aumentos constantes da conta de energia, o retorno do investimento é cada vez mais rápido. Além disso, desde que seja feita a escolha de materiais adequados, é possível passar algumas décadas sem precisar trocá-los.

Uma vez que o projeto de instalação esteja finalizado, um requerimento será feito junto à concessionária de energia local.

“Além de ajudar a escolher os equipamentos que você vai utilizar, focando sempre na questão da garantia, da qualidade dos equipamentos, afinal, energia solar é um projeto de longo prazo, a empresa precisará elaborar esse projeto. Somente após a aprovação da concessionária é que será feita a instalação dos módulos.”

Entretanto, o executivo explica que após a instalação, a concessionária ainda precisará realizar uma vistoria para ter certeza de que foi feita de acordo com o projeto. A partir daí, é feita a fixação de um medidor bidirecional, que lê a entrada e a saída de energia. É a etapa final do processo.

O gestor executivo de atendimento comercial da EDP Espírito Santo, Edson Barbosa da Silva Júnior, esclarece que é somente a partir daí que é possível iniciar a geração de energia. E há várias situações em que essa produção pode ser utilizada.

“É possível optar pelo autoconsumo no local onde é feita a geração, ou, quando tem mais de uma instalação, pode reunir essa produção para utilizar em um local específico, neste caso, o autoconsumo remoto. Além disso, é possível se unir com outras unidades produtoras por meio da geração compartilhada, temos os empreendimentos de múltiplas unidades, que seriam, por exemplo, prédios e condomínios.”

O gestor explica que, em situações de autoconsumo, a legislação permite a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a tarifa de energia, limitada à geração de 1 megawatt (MW).

Nos casos em que a produção for superior e maior do que o consumo, a energia excedente pode ser utilizada como crédito em até 60 meses (5 anos).

“O crédito de energia vem sempre na fatura de energia do cliente, que mostra a energia que foi gerada e a consumida, para facilitar para ele fazer na verificação. Considerando que existe tributação, entre outras questões, a conta nunca zera por completo, mas com um projeto bem feito em que a capacidade de geração seja superior ao consumo, pode reduzir a conta em até 95%.”

COMO SE TORNAR UM PRODUTOR

Quais são os procedimentos necessários?

  • Ao optar por realizar a instalação de energia solar em um imóvel, o consumidor deverá buscar uma empresa capacitada que atue na área;
  • A empresa será responsável por realizar o projeto de instalação que deverá ser apresentado à concessionária para avaliação, e também deverá instruir quanto aos materiais a serem utilizados;
  • Uma vez que a concessionária aprove o projeto, é feita a instalação;
  • Na sequência, a distribuidora deverá fazer uma vistoria da estrutura e só então dará o aval e o realizará a instalação do medidor bidirecional, que lê a entrada e a saída de energia. É a etapa final do processo.
  • Nenhuma instalação de micro ou minigeração pode ser conectada à rede distribuidora sem autorização da distribuidora, que também conta com canais para esclarecer dúvidas e dar outras orientações.

É possível realizar instalações para que tipo de de geraçãor?

  • Microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica cuja potência instalada é de até 75 kW. Os custos para a adequação do sistema de medição são de responsabilidade da EDP.
  • Minigeração distribuída: potência instalada é superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW. Os custos para a adequação do sistema de medição são de responsabilidade do consumidor.

Data: 30/10/2019 - ES - Vitória - Placas fotovoltaicas instaladas na Ufes (Centro de Línguas) para geração de energia. Usina solar é a terceira maior do país e a maior do ES
Placa fotovoltaica. (Fernando Madeira)

É possível realizar a instalação dos módulos de energia em imóveis já prontos?

Sim, inclusive em prédios, embora cada caso precise ser avaliado individualmente.

Quais as formas de compensação?

  • Autoconsumo remoto (mesma titularidade): voltado para unidades consumidoras de titularidade de uma mesma pessoa jurídica, incluídas matriz e filial, ou mesma pessoa física que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras, dentro da mesma área de concessão ou permissão, nas quais a energia excedente será compensada.
  • Geração compartilhada (consórcios e cooperativas): caracterizada pela reunião de consumidores, na área de concessão da EDP, por meio de consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada, ou seja, podendo ser de titularidades distintas.
  • Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras (condomínios): unidade consumidora é referente às áreas de uso comum do condomínio, com microgeração ou minigeração conectada, desde que as unidades consumidoras (apartamentos) estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em propriedades próximas.

Qual o valor do investimento?

  • Varia de acordo com a potência instalada. Entretanto, os custos médios são estimados em R$ 25 mil.

É possível reduzir a conta em quantos por cento?

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  • A conta jamais será zerada por conta da existência de tributos e outras taxas;
  • Caso o consumo seja menor que a produção, é possível reduzir a conta em até 95%.

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