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Assembleia do ES aprova projeto de criação de loteria estadual

Assembleia do ES aprova projeto de criação de loteria estadual

Projeto prevê que seja criada a Loteria Capixaba (Loteca), que só terá vigência para moradores do Espírito Santo e poderá funcionar com apostas físicas e virtuais

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 17:54

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Brasí­lia - A Mega-Sena poderá¡ pagar R$ 170 milhões no próximo sábado (21), o que será o maior próximo da história. Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso nesta quarta-feira (Marcello casal Jr/Agência Brasil)
Jogos de loteria: Assembleia autorizou o governo do ES a criar a Loteca. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou nesta terça-feira (22), na última sessão ordinária do ano, o projeto de lei de autoria do governo do Estado que prevê a criação da Loteria Capixaba (Loteca). Na prática, a proposta regulamenta o serviço de loteria estadual, que já tem autorização para funcionar desde a Lei 1.928 de 1964.

A proposta foi aprovada por 25 deputados estaduais e segue para sanção do governador Renato Casagrande (PSB). O projeto de regulamentação do serviço prevê que a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) será a responsável pela execução e fiscalização da Loteca de forma direta ou indireta. 

Casagrande  sustentou na mensagem de apresentação do projeto que "vários Estados, dentre eles Minas Gerais, Rio de Janeiro e Ceará, contam com loterias estaduais, atividades que detém grande relevância na geração de recursos econômicos e de empregos".

A loteria só terá vigência dentro do Espírito Santo e poderá funcionar com apostas físicas e virtuais, sendo que na última modalidade poderão participar apenas apostadores que comprovarem domicílio no Espírito Santo.

Assim como nas loterias federais, o projeto prevê que os lucros da Loteria Capixaba, bem como os prêmios não reclamados dentro do prazo estabelecido, serão aplicados em áreas como esporte, cultura, lazer e turismo.

CONTROVÉRSIAS 

O tema está no radar do governo estadual desde 2019, como mostrou na época a colunista Beatriz Seixas, de A Gazeta. Trata-se de um assunto polêmico, visto que há controvérsias se Estados têm competência para legislar sobre jogos. 

O Decreto-Lei federal nº 204 de 1967, por exemplo, dispõe que a exploração de loteria constitui serviço público exclusivo da União e não pode nem mesmo ter concessão. O artigo 32 desse decreto-lei veda a criação de loterias, autorizando apenas que as já existentes (à época) sejam mantidas.

Como destacou a colunista, em 1990, 1998, 2000 e 2002 surgiram projetos de leis estaduais e de uma lei complementar no Espírito Santo com o objetivo de implantar loterias. Mas a Procuradoria-Geral da República propôs, em 2003, ao Supremo Tribunal Federal, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2930) contra as quatro legislações e a Assembleia voltou atrás em relação às matérias.

O projeto de autoria do governo capixaba não entra nessa disputa jurídica mas prevê que só serão exploradas as mesmas modalidades lotéricas autorizadas ou exploradas pela União e que elas deverão seguir a regulamentação federal.

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O texto aprovado também destaca que o serviço de loteria do Estado do Espírito Santo foi criado pela Lei nº 1.928, de 02 de janeiro de 1964, portanto antes do decreto-lei federal, e que essa lei ainda está vigente, buscando o novo projeto apenas "aprimorar a instalação do serviço de loteria no Estado".

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