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Secretário de Saúde tira dúvidas sobre vacinas, leitos e transmissão no ES

Secretário de Saúde tira dúvidas sobre vacinas, leitos e transmissão no ES

Nésio Fernandes falou sobre a negociações do Espírito Santo em compras de vacinas para Covid-19, o aumento de ocupação de leitos para pacientes com o novo coronavírus na rede privada e o crescimento na taxa de transmissões no Estado

Publicado em 25 de outubro de 2020 às 07:00

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Nésio Fernandes, secretário de Saúde do ES, inaugura leitos na Santa Casa de Colatina
Nésio Fernandes, secretário da Saúde do ES, respondeu perguntas sobre a pandemia no ES. (TV Gazeta Noroeste )

Negociações do Governo do Espírito Santo em compras de vacinas para Covid-19, aumento de ocupação de leitos para pacientes com o novo coronavírus na rede privada, crescimento no número da taxa de transmissões no Estado. Quando o assunto é pandemia, ainda são muitas as dúvidas sobre a realidade capixaba e até mesmo sobre a própria doença. Para tentar explicar algumas dessas questões, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, conversou com A Gazeta. Veja a entrevista abaixo. 

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    Todos os números da pandemia preocupam. Não temos no Espírito Santo e no país um controle da pandemia capaz de permitir uma retomada da normalidade. Não há possibilidade nenhuma de flexibilizar protocolos, o uso das máscaras, higienização das mãos, distanciamento social. Estamos, de fato, alcançando um padrão também das internações hospitalares. Estamos há vários dias em torno de 40% de ocupação de todos os leitos potenciais, ampliados para Covid-19. Nós já tivemos uma média de 600 pacientes internados por dia e hoje temos uma média de 280 e 300 internatos em leitos exclusivos para Covid. Isso nos dá uma noção de que poderemos viver aqui no Estado com uma taxa de ocupação estabilizada entre 200 a 300 pacientes por dia. Nós também estamos acompanhando, e temos um controle um pouco mais frágil, da ocupação da rede privada. E a rede privada apresentou pequenas oscilações na ocupação de leito UTI e Enfermaria nas últimas semanas. No entanto, esse comportamento não repercutiu na ocupação da rede pública. Podemos ter sim um comportamento diferente nos setores A e B da sociedade, em relação a C, D e E. Então, as oscilações que nós temos hoje na ocupação das regiões se dá muito pela remoção dos pacientes de algumas regiões para essas que têm leito para Covid. Os Hospitais Jayme dos Santos Neves, na Serra, e Vila Velha Hospital, em Vila Velha, são duas unidades da Região Metropolitana que reúnem a maioria dos leitos disponíveis para Covid de todo o Estado. Sempre há remoção de pacientes do interior para a Grande Vitória vai permitir garantia que a ocupação oscila em 81% e esse é o ideal. Não é preciso se assustar com isso, é um indicador de ocupação padrão, considerado até baixo. Manter vazio um leito de alta tecnologia, que tem um custo operacional alto, só se justifica no contexto da pandemia. Precisamos trabalhar com a operação de reversão de leitos robusta e a garantia de que não faltem leitos. Para que não faltem leitos nós temos uma dinâmica de garantia de acesso: hospitais de primeira linha, que nunca operação com 100% de ocupação, porque são hospitais que precisam estar sempre com leitos disponíveis para garantir a vaga zero dos pacientes graves. E nós temos hospitais de segunda linha, que vão recebendo pacientes já confirmados, que foram vieram dos hospitais de primeira linha na medida que vão tendo uma ocupação mais crítica. E temos os hospitais de terceira linha, que são hospitais que podem ser potencialmente recrutados para a garantia de acesso dos pacientes com Covid. Essa forma de garantir uma regulação adequada do complexo hospitalar do Espírito Santo nos permitiu administrar durante toda a pandemia, de maneira adequada, a oferta de leitos. Nos interessa sempre que os leitos permaneçam com ocupação entre 70% e 80%. Na medida que a ocupação se mantém acima de 80% entendemos que é um ponto crítico e que deve alertar a tomada de medidas que ampliem a oferta de leitos. Cerca de 81% ocupação na Região Metropolitana equivale a 50 leitos de UTIs vazios. Equivale a totalidade dos leitos de UTIs para Covid que tem na Região Norte inteira. Esses 50 leitos vazios é uma quantidade muito grande. Então, a ocupação de  81%% de 270 ou 300 leitos, é uma ocupação que tem uma disponibilidade concreta de leitos muito ampla. 

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    Para que não faltem leitos nós temos uma dinâmica de garantia de acesso: hospitais de primeira linha, que nunca operam com 100% de ocupação, porque são hospitais que precisam estar sempre com leitos disponíveis para garantir a vaga zero dos pacientes graves. E nós temos hospitais de segunda linha, que vão recebendo pacientes já confirmados, que foram vieram dos hospitais de primeira linha na medida que vão tendo uma ocupação mais crítica. E temos os hospitais de terceira linha, que são hospitais que podem ser potencialmente recrutados para a garantia de acesso dos pacientes com Covid. Essa forma de garantir uma regulação adequada do complexo hospitalar do Espírito Santo nos permitiu administrar durante toda a pandemia, de maneira adequada, a oferta de leitos. Nos interessa sempre que os leitos permaneçam com ocupação entre 70% e 80%. Na medida que a ocupação se mantém acima de 80% entendemos que é um ponto crítico e que deve alertar a tomada de medidas que ampliem a oferta de leitos. 81% ocupação na Região Metropolitana equivale a 50 leitos de UTIs vazios. Equivale a totalidade dos leitos de UTIs para Covid que tem na Região Norte inteira. Esses 50 leitos vazios é uma quantidade muito grande. Então, a ocupação de 81% de 270 ou 300 leitos, é uma ocupação que tem uma disponibilidade concreta de leitos muito ampla.

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    Iremos reverter leitos Covid se o Estado chegar, de forma sustentada, a mais de 80% de ocupação de leitos. Vale lembrar que teremos mais 160 leitos até o fim do ano para enfermaria e UTI. Se a ocupação se sustentar em mais 80% por dias e percebermos a tendência no crescimento internação, essa é uma possibilidade. Nós sempre trabalhamos para ampliar leitos, simultaneamente à medidas sociais, como os testes. 

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    Não sou a pessoa ideal para avaliar a rede suplementar no enfrentamento da pandemia. O que eu posso te dizer é que, se a rede particular colapsar, o SUS está pronto pra atender os pacientes. O governo tem uma transparência nesses números de leitos. Nós nos preparamos para a doença, criamos leitos. Sabemos que hospitais tiveram uma ocupação muito alta nas semanas anteriores, especialmente na semana passada. Mas a rede suplementar não consegue calcular a ocupação de leitos como o Estado faz. Porque há hospitais que possuem uma quantidade de leitos disponíveis para vários planos de saúde, então como o plano de saúde vai contabilizar o leito potencial que ela tem, que está disponibilizado para diversos planos? Algumas empresas da rede privada possuem hospitais próprios e leitos que compra de hospitais conveniados. Então até a forma que a gente calcula na rede pública, a rede suplementar não consegue fazer. Ao mesmo tempo, sabemos que, se essa ocupação continuar subindo, a rede privada tem condições de comprar novos leitos. Além disso, se rede particular ficar pressionada, o SUS está pronto para receber os pacientes. É possível que essa rede privada entre em colapso se essas pessoas que utilizam o plano de saúde tiverem um grau de exposição maior. A gente sabe que teve um grande aumento nas últimas semanas de internações na rede privada. 

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    Para esse acréscimo, temos algumas teses: acreditamos que na classe trabalhadora, as pessoas de classe média baixa, que não possuem plano de saúde, tiveram menos condições de fazer isolamento social no auge da pandemia. Com isso, foram prejudicadas no pior momento da doença. Já a classe média, que tem plano, conseguiu praticar um isolamento mais qualificado. À medida que essa população se expõe mais, é possível que tenha uma taxa de infecção maior. Estamos tentando consolidar essa tese em números e dados para poder confirmar ou não a hipótese.

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    Dos últimos 3.340 casos confirmados até a manhã de quinta-feira (22), 2.012 foram diagnosticados PCR em tempo real, que reconhece pacientes com vírus ativos, sendo 123 pacientes assintomáticos. Com o teste rápido ou exame sorológico, tivemos  1.328 diagnosticados, que tiveram o contato anterior da doença. Desses, 1.142 era assintomáticos ou tiveram sintomas sem diagnostico. Reconhecemos que há sim um aumento no número de casos no Espírito Santo. Existe um aumento explícito de exposição e comportamentos sociais que não são prudentes pata reduzir o risco de contágio. Dois marcadores que nós temos acompanhado, que são os que podem fazer com que a gente reconheça ou não uma nova curva de casos que tenha repercussão para decisões de restrição social. Pode ter uma nova curva de casos, mas se ela ela não for acompanhada óbitos e internações hospitalares, eu posso dizer que essa curva não deve obrigar os estados, municípios e união a adotar novas medidas de restrição social. Claro que se ela voltar ter uma curva igual a anterior ou maior,  nós vamos rever as medidas, em especial nos municípios de risco moderado e alto. É o que está acontecendo agora. Estão aumentando os casos, mas não estão aumentando os óbitos em proporção ao casos, de forma que nos faça mudar medidas restritivas ou ampliar leitos.

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    Esses assintomáticos já tiveram contato com o vírus anteriormente. A reinfeção pelo Covid é um fenômeno muito raro. Essas pessoas possuem uma imunidade, que não sabemos quanto tempo dura. Pelo conhecimento que temos de outras doenças, os assintomáticos possuem baixo potencial de transmissão, mas pode ser portadora. Ou na fase pré-sintomática, onde ela passa um ou dois dias, pode haver uma transmissão maior nesse período.  Até entre os sintomáticos, não há o mesmo potencial de transmissão para todas as pessoas. 

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    Esse aumento tem relação com três fatores: o aumento da exposição das pessoas nas ruas e em convívio social; a ampliação das testagens - e hoje testamos todos os pacientes; e não podemos esquecer que essa última semana lançamos os resultados dos inquéritos sorológicos e testes rápidos. Esses números indicam que as pessoas precisam prestar atenção no fato de que a doença tá circulando. 

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    A gente consegue hoje otimizar o uso da rede Estado inteiro de forma integrada, garantindo que o acesso no interior, onde há menos leitos, possam sempre ser reservados. A capacidade de leitos na Grande Vitória  é muito robusta e deve ser utilixada para garantir acesso de pacientes do interior também. Não significa que o interior deixou de ser uma preocupação, mas a garantia acesso no interior nunca pode ser prejudicada.  

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    A nossa aposta e todo esforço nesse momento é de inclusão em diversas vacinas, seja ela russa, Coronavac,  Pfzer, desde que seja reconhecida pela Anvisa. A vacina é atribuição do Governo Federal. Mas se saturar houver um novo fracasso no enfrentamento pandêmico no conjunto da união, vai competir aos govenadores tomar medidas. Então, já adiantamos a negociação com a indústria para garantir a oferta de vacina. No momento, estamos tendo acesso aos estudos dessas vacinas, vendo o valor financeiro, quanto custaria isso. Não termos contrato formado. 

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