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Queda de marquise: vizinhos criticam abandono de prédio em Vitória há 2 anos

Queda de marquise: vizinhos criticam abandono de prédio em Vitória há 2 anos

As reportagens da TV Gazeta mostram as denúncias e reclamações em relação a furtos, vandalismo e abandono do edifício; confira a depredação ao longo do tempo

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 14:05

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Edifício Jerônimo Monteiro em 2017, 2022 e 2024.
Fachada do edifício Jerônimo Monteiro em três momentos — 2017, 2022 e 2024 — mostra o estado de abandono. (Reprodução/Divulgação/Ricardo Medeiros)
Eduarda Lisboa
Estagiária / [email protected]

A queda da marquise do Edifício Jerônimo Monteiro, na madrugada desta quarta-feira (21), não foi o primeiro incidente que assustou os moradores do Centro de Vitória. Desde 2022, a equipe de reportagem da TV Gazeta vem mostrando reclamações em relação ao prédio abandonado na Capital.

A marquise do prédio, que fica na Avenida Jerônimo Monteiro, próximo à Praça Oito, foi cedido em 2017 pela União ao Poder Judiciário Estadual. A expectativa era reformar o imóvel para receber unidades do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o que não ocorreu. O tribunal, então, contratou uma empresa de segurança patrimonial para a estrutura, porém o contrato foi encerrado em 2021, deixando o edifício vulnerável às ações de vândalos e criminosos.

Veja histórico de reclamações do prédio

A primeira ocorrência que chamou a atenção da reportagem da TV Gazeta, em janeiro de 2022, foi o aumento de furtos e arrombamentos no Centro da Capital. Na época, dois homens foram presos pelo furto de um corrimão de mais de três metros do edifício, onde já funcionou a Caixa Econômica Federal. Confira a matéria abaixo.

Na semana seguinte, a reportagem voltou ao local após um homem e uma mulher serem detidos pela Guarda Municipal de Vitória (GMV) furtando fios da edificação. As imagens mostram o prédio totalmente exposto sem nenhuma proteção, como portas ou grades, facilitando a ação dos criminosos.

Um morador da região, que optou pelo anonimato, contou que mesmo com a ação policial o prédio continuava sendo depredado e os furtos deixavam rastros pelas ruas. “Eles estão arrancando toda proteção do prédio, quebrando a vidraça. E o povo de Vitória não aguenta mais essa situação”.

Queda de marquise: vizinhos criticam abandono de prédio em Vitória há 2 anos

Os moradores da região enviaram vídeos à reportagem da TV Gazeta, denunciando ações de vandalismo no edifício durante a madrugada, em que os infratores quebraram também o muro que impedia a entrada no prédio.  “Muito transtorno, a barulheira, um quebra-quebra. Os ferros caíam durante a madrugada inteira na Avenida Jerônimo Monteiro, arriscando cair em um carro e causar um prejuízo maior”  relatou, na ocasião, a moradora Rovena de Aguiar.

“Inúmeras vezes acordei de madrugada com barulho de vidro estilhaçando. Lá de cima [do prédio] eles quebravam vidro, jogavam persianas de dois metros de alumínio e caíam no meio da via. Então, a vizinhança toda ficou muito assustada e muito estressada com a situação,”  afirmou o morador Carlos Magno, vizinho ao edifício abandonado.

Os barulhos da quebradeira assustaram e indignaram os vizinhos, que tiveram que lidar com o desconforto e o perigo da situação até o dia clarear. Pela manhã, a Guarda Municipal de Vitória deteve os dois homens que estavam furtando a estrutura. Um deles, ao tentar fugir, caiu do alto do prédio e quebrou o pé. A reportagem apurou que, mais uma vez, o prédio seria fechado e murado para evitar novas invasões e acidentes.

Aspas de citação

O muro não é uma solução. A solução que tem que ser dada é o poder público arrumar utilidade para esses edifícios. Esse é só um exemplo de um edifício abandonado, mas aqui a gente tem inúmeros edifícios abandonados que poderiam ser utilizados como moradia popular, por exemplo.

Carlos Magno
Morador do Centro de Vitória.
Aspas de citação

Em 2022, o superintendente de patrimônio da União em exercício, Clézio Medeiros, contou em entrevista para a TV Gazeta que o TJES havia se comprometido com a União a fazer a segurança e utilização do prédio, além de já ser cobrado cronograma para o início das obras de reforma e instalação das unidades judiciárias.

‘‘O prédio foi entregue em condições de uso imediato, com a fachada completa e não havia nenhum sinal de depredação. Mas havia necessidade de algumas reformas para que fosse adaptado aos serviços que estavam sendo propostos no momento da contratação, ” acrescentou Clézio Medeiros.

Na época, o Tribunal de Justiça respondeu em nota que já estaria trabalhando para garantir segurança 24h no prédio e também que já havia encaminhado todos os projetos necessários para a obra do prédio ao DER-ES, responsável pela reforma. Atualmente, o TJES informou que iniciou a devolução à União do Edifício Jerônimo Monteiro alegando "inviabilidade do custo na utilização e adaptação do imóvel".

"O tribunal informa ainda que, enquanto aguarda as providências para a efetiva devolução, mantém, em tempo integral, equipe de vigilância para evitar possíveis depredações ao bem público", manifestou em nota.

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