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Esporotricose: casos da doença aumentam entre humanos no ES

Esporotricose: casos da doença aumentam entre humanos no ES

O quadro, segundo especialistas, também afeta gatos e cachorros. Dados da Secretaria de Saúde apontam que 380 pessoas receberam o diagnóstico em solo capixaba, apenas neste ano

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 17:48

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Nayra Loureiro
Estagiária / [email protected]

Você já ouviu falar da esporotricose? Apesar de pouco conhecida, a doença – causada por um fungo encontrado na terra e em matéria orgânica em decomposição – tem crescido no Espírito Santo nos últimos três anos. Em 2021, houve 77 casos confirmados. No ano passado, esse número saltou para 500 e, em 2023, até agora, 380 pessoas foram contaminadas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa).

Os especialistas afirmam que a doença pode afetar gatos, cachorros e humanos. Segundo o médico Raphael Lubiana Zanotti, para os humanos serem contaminados, é preciso que o fungo seja introduzido no corpo, pois a doença não é adquirida de forma natural ou espontânea, como pela respiração, por exemplo.

 “Quase todos os casos não são graves. Geralmente são localizadas úlceras de pele e machucados que se formam superficial ou profundamente, mas sem uma disseminação pelo corpo todo”, explicou o médico.

Os gatos são as principais vítimas da doença.  Eles são contaminados, na maioria das vezes, durante as famosas voltinhas pela rua
Gatos são contaminados, na maioria das vezes, durante as famosas 'voltinhas' pela rua . (Pablo Campos)

Mas qual seria o motivo do aumento dos casos? Em entrevista ao repórter Vinícius Colini, da TV Gazeta, o médico também esclareceu que o fungo está em expansão no território nacional. Houve também, nos últimos anos, uma maior identificação dos sintomas e mais divulgação sobre a própria doença.

Vilões?

Cabe ressaltar que os animais também são vítimas. Eles são contaminados, na maioria das vezes, durante as famosas 'voltinhas' pela rua. “Eles adquirem a doença em areias, terras contaminadas e em casas de árvores também, já que os gatos possuem o hábito de arranhar as cascas para afiar as unhas. Além disso, ao taparem as fezes e a urina, eles contaminam as próprias unhas”, afirmou a veterinária Cynthia Brandão.

O tratamento dos animais, assim como o dos humanos, acontece por medicação oral. O processo de cura pode demorar alguns meses, mas as chances de cura são grandes.

“Nos casos em que os animais são contaminados, vão surgindo algumas feridas e nódulos que vão aumentando de tamanho e criando secreções. Quando as feridas começam a aumentar, há chances de acometer os tecidos internos do animal”, disse a veterinária.

Dor e manchas

 Maria Ângela percebeu que estava contaminada com a doença após o surgimento de uma ferida no dedo polegar
Maria Ângela percebeu que estava contaminada com a doença após o surgimento de uma ferida no dedo polegar. (Pablo Campos)

Para a TV Gazeta, a dona Maria Ângela Alexandre Rebello contou que recebeu o diagnóstico de esporotricose no ano passado, após ter entrado em contato com um gato contaminado. “Ele chegou lá no meu prédio muito machucado, com feridas na cabeça, no nariz, nas orelhas e nas patas. Eu comecei a cuidar dele, oferecia ração e água. Pouco tempo depois, cerca de duas ou três semanas, começou a aparecer na minha mão, no dedo polegar, uma bolinha que eu não sabia o que era”.

A aposentada, então, procurou um hospital e fez o tratamento durante três meses. ”É uma doença ruim, porque dói muito. Mas os animais nunca devem ser abandonados, pois eles são muito fiéis e carinhosos. Só não gosta de gato quem nunca teve um”, desabafou a aposentada.

Com informações do repórter Vinícius Colini, da TV Gazeta

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