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Publicado em 16 de novembro de 2022 às 18:33
Nos últimos anos, ver manifestantes atravessando a Terceira Ponte se tornou algo frequente. Mas a passagem desses grupos de um lado para o outro depende de autorização da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Segundo a pasta, o aval é dado por profissionais no local e leva em conta a segurança de quem participa da manifestação e de quem é afetado por ela.
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Não existe, contudo, um número mínimo de pessoas que a passeata precisa ter para que seja autorizada a travessia. Os critérios dependem de uma análise feita in loco.>
Nesta terça-feira (15), por exemplo, a Terceira Ponte foi novamente interditada, para a travessia de aproximadamente 700 pessoas. O fechamento, ainda que parcial, causou transtornos a quem queria cruzar a via entre Vitória e Vila Velha durante a tarde. >
No domingo anterior (6), o ato foi ainda menor. Cerca de 150 pessoas, segundo a Polícia Militar, atravessaram de Vitória para Vila Velha. Como o número de pessoas era pequeno, apenas uma das faixas foi interditada. Ainda assim, a mobilidade na Grande Vitória ficou prejudicada. >
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O próprio Código Brasileito de Trânsito (CTB) afirma que é proibido ao pedestre “permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido” e “cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão”. Como na Terceira Ponte não há acostamento, nem outro espaço para a passagem de pedestres, a travessia é, para todos os efeitos, proibida. >
Segundo o coronel Antônio Marcos de Souza Reis, que é subsecretário de Integração Institucional da Sesp, toda travessia da ponte é considerada um evento de alto risco. “Porque não tem acostamento, não tem via de escape, se alguém passa mal, tem que fazer socorro sem ter uma via”, relata.>
Ele afirma que raramente os organizadores avisam com antecedência sobre essas manifestações. É mais comum que as forças de segurança fiquem sabendo através do serviço de inteligência, que detecta a convocação para a manifestação. >
O coronel explica que, nesses casos, é montado um gabinete de crise, com a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e guardas municipais de Vila Velha e de Vitória. Um agente designado pela Sesp fica no local e a partir da avaliação dele e das imagens que chegam ao gabinete de crise, é tomada a decisão de dar apoio a travessia da ponte ou proibi-la. >
Coronel Antônio Marcos de Souza Reis
Subsecretário de Integração Institucional da SespEle aponta que, no passado, nas ocasiões em que manifestantes quiseram cruzar a ponte e foram proibidos, a consequência tanto para eles quanto para o restante da cidade foi mais danosa. >
“Isso causou mais transtornos do que hoje quando é permitida a travessia. Por isso, hoje, se faz o opção de, dependendo do cenário, permitir a travessia para que o impacto seja menor. Já tivemos eventos de manifestação querendo atravessar, já foi impedido e causou o mesmo transtorno ou pior, e ainda teve depredação do patrimônio”, lembra. >
O coronel ressalta que não houve nenhum incidente registrado até hoje nas travessias feitas com apoio da Polícia Militar e das guardas municipais. >
Sobre a crítica de que há uma viés ideológico nas autorizações para a travessia, com manifestações bolsonaristas sendo beneficiadas em detrimento de outras, ele garante que a decisão é tomada de forma imparcial. >
“Não fazemos distinção de ideologia. Quando tem manifestações que saem da Ufes até a Assembleia, a gente usa o mesmo dispositivo. Não tem ocorrência nem animosidade entre manifestantes e forças de segurança”, diz. >
O subsecretário reforça que a travessia da Terceira Ponte por pedestres é arriscada e não deve ser feita sem o apoio. Ele orienta os organizadores de manifestações que, caso ainda queiram fazer a travessia, comuniquem às forças de segurança. >
Em nota, a Rodosol, concessionária que administra a ponte, disse apenas que a definição sobre fechamento da Terceira Ponte "cabe às autoridades competentes e a concessionária cumpre as determinações e oferece apoio operacional.">
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