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Ato em Vitória pede justiça para palhaça venezuelana estuprada e morta

Ato em Vitória pede justiça para palhaça venezuelana estuprada e morta

A artista circense estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro e foi encontrada morta no dia último dia 5 de janeiro; ato acontece na próxima sexta (12)

Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 18:13

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 Julieta Inés Hernández Martínez, 38 anos, estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro e teve o corpo encontrado na sexta-feira (5/1)
Julieta Inés Hernández Martínez, 38 anos, estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro e teve o corpo encontrado no dia 5 de janeiro. (Reprodução/Redes Sociais)

Um ato em homenagem e pedindo por justiça pela artista circense venezuelana, Julieta Inés Hernández Martínez, está marcado para a próxima sexta-feira (12). A concentração será às 18h30 na Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, com saída às 19h30 até a Praça do Papa, na Enseada do Suá. 

A manifestação vai acontecer em outros estados e é convocada pela Rede de Palhaças do Brasil. Segundo publicação nas redes sociais do grupo Lacarta Circo Teatro, Julieta, mais conhecida como Miss Jujuba, já passou por Vitória.

Caso

Ato em Vitória pede justiça para palhaça venezuelana estuprada e morta

Julieta estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro. O corpo dela foi encontrado em uma área de mata na cidade Presidente Figueiredo, a 117 km de Manaus, no quintal da sede do Espaço Cultural Mestre Gato. O local é usado como uma espécie de ponto de apoio para viajantes e andarilhos que transitam pela rodovia BR-174.

O casal está preso desde o último sábado (6) após confessar em depoimento, segundo a polícia, que ocultou o cadáver de Julieta. A corporação não soube informar se os dois já apresentaram advogado. Segundo as investigações, a artista passou a noite de 23 de dezembro na casa, após não conseguir hospedagem nas demais pousadas da cidade. O casal vivia de favor na residência, com anuência do dono, e cobravam R$ 10 de diária para viajantes que se hospedavam na área externa, onde dormiam em redes.

Em entrevista coletiva na segunda-feira (8), o delegado responsável pelo caso, Valdinei Silva, afirmou que o crime aconteceu naquela mesma noite. Segundo a apuração, Thiago, que é auxiliar de serviço, decidiu roubar a artista. Além do roubo, ele a teria agredido, amarrado suas mãos e pés e a violentado.

"Thiago furtou o celular da vítima, que estava deitada em uma rede na varanda da residência. Houve luta corporal, ele enforcou a vítima e a arrastou para dentro da casa. Ali, ele começou a violentar a vítima", disse o delegado.

Segundo o delegado, a esposa de Thiago, Deliomara, acompanhou a agressão na parte externa da residência. Porém, ao ver o que acontecia dentro da casa, ela ficou com ciúmes do marido. "Deliomara jogou álcool em cima dos dois e, em seguida, ateou fogo neles. Thiago, por sua vez, conseguiu apagar a chama e teria de novo enforcado a vítima, que desmaiou", disse o delegado, que acrescentou: "Ele, então, saiu da residência e foi para o hospital local para cuidar das queimaduras".

Com o marido fora, ainda segundo a apuração, Deliomara teria arrastado Julieta pelo quintal da casa e a enterrado em uma cova rasa. De acordo com o delegado, é possível que a artista ainda estivesse viva quando foi enterrada.

O investigador afirmou ainda que o casal já tinha passagem na polícia por tentativa de roubo, seguindo o mesmo modus operandi: enforcamento da vítima, além de amarrar os pés e mãos dela. Thiago e Deliomara teriam atuado em dupla, tendo ele o papel de agredir a vítima, enquanto a mulher roubava os pertences da pessoa.

Nessa ocasião, porém, o casal não conseguiu concluir o roubo, pois teriam sido flagrados e denunciados à polícia. Ao serem presos, após os agentes encontrarem o corpo de Julieta, o casal confessou a ocultação de cadáver, mas trocou acusações sobre a autoria do crime com versões conflitantes sobre as circunstâncias do assassinato.

Thiago havia dito que estava usando álcool e drogas e que a artista havia se juntado a ele. Sua esposa, porém, teria visto a cena e ateado fogo neles por ciúmes.

Já Deliomara disse à polícia que as agressões à venezuelana começaram após o marido tentar roubá-la. A versão dela bate com as investigações da corporação.

Último contato com a família

Segundo o delegado, Julieta fez o último contato com a família na noite em que foi morta. Ela teria ligado para a mãe e avisado que não tinha conseguido se hospedar em nenhuma pousada. A intenção da artista era pernoitar em Presidente Figueiredo e, na manhã seguinte, seguir viagem em direção à Roraima. Julieta vivia no Brasil desde 2015, integrava o grupo de cicloviajantes "Pé Vermei" e se apresentava com a personagem Palhaça Jujuba. Ela viajava do Rio de Janeiro até a Venezuela, seu país natal, de bicicleta.

De acordo com a Polícia Civil, o boletim de ocorrência do desaparecimento de Julieta foi feito no dia 4 de janeiro. Os amigos e familiares da venezuelana se mobilizavam nas redes sociais para encontrar a artista. Em buscas pela região, os policiais localizaram inicialmente partes da bicicleta de Julieta. O equipamento estava nas proximidades de onde foi localizado o corpo. Segundo a Polícia Civil, isso foi fundamental para chegar até o casal e concluir as investigações.

Na residência, foram encontradas as outras partes da bicicleta, o celular da vítima e demais pertences dela. Segundo a corporação, o estado do Amazonas está em contato com a família de Julieta para poder fazer o translado do corpo dela para a Venezuela, onde ela será sepultada.

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