Publicado em 17 de outubro de 2019 às 18:41
"Malévola: Dona do Mal" aposta no caminho mais seguro para a bilheteria. Não traz nenhuma grande variação se comparado ao primeiro filme com a personagem interpretada por Angelina Jolie, de 2014. O que se vê é mais intensidade extra do que novidade.>
É uma continuação com dosagens muito maiores dos ingredientes que deram certo no filme original. Mais criaturas fofas e/ou esquisitas. Mais luz e cor. Mais situações de tensão. Mais combates épicos. Mais uma diva. No caso, Michelle Pfeiffer, ganhando uns trocados fáceis com algumas expressões faciais de vilania.>
Ela é a malvada da vez, a rainha Ingrith, mãe do príncipe Philip, este completamente apaixonado por Aurora, a afilhada de Malévola. Como o amor do rapaz é correspondido, entra na pauta um casamento, que serviria também para unir o reino dos humanos, comandado pelo boa-praça John, pai de Philip, e o reino das criaturas fantásticas lideradas por Malévola.>
O enlace também poderia melhorar a imagem de Malévola. Depois de passar o primeiro filme protagonizando uma transformação de vilã para heroína, ela volta a incutir medo nas pessoas da região, com muitos boatos de maldades que teriam sido praticadas.>
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A primeira metade do filme corre um tanto devagar, gastando muito tempo nas intrigas de Ingrith e em provocações quando ela fica frente a frente com Malévola. A narrativa ganha força no trecho final, quando a guerra entre os reinos é franca e declarada, o que permite boas sequências de batalha entre humanos e criaturas aladas, da mesma espécie de Malévola.>
A dica é simples: quem gostou do primeiro filme vai assistir a essa continuação com entusiasmo. Apesar de ter agora uma trama distanciada da maior inspiração do original, que é "A Bela Adormecida", segue funcionando bem. Parece mesmo uma sequência, no ritmo, nas sacadas visuais. Apenas mais agitada e mais violenta nos enfrentamentos das criaturas.>
Angelina Jolie perdeu o fator surpresa ao reprisar o personagem, e não consegue uma performance para conquistar a plateia. Sob a pesada maquiagem, às vezes fica muito com cara de boneca. Entre feliz, fragilizada ou agressiva, carrega Malévola com a mesma expressão vazia. E nisso tem a companhia de Elle Fanning, que interpreta uma Aurora sem a mínima convicção.>
Aí fica fácil para Michelle Pfeiffer atrair atenção, mesmo não tão inspirada para tirar Ingrith dos clichês de mulheres más do universo Disney.>
Sem mostrar muito mais do que um estilo burocrático de filmes de ação e fantasia que empregou também em "Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar", o diretor norueguês Joachim Ronning tem um ponto a seu favor em "Malévola: Dona do Mal". É concentrar muita correria e belas imagens de batalha na última meia hora de filme. Assim, o espectador deixa a sala animado, talvez esquecendo um ou outro momento sonolento que possa ter enfrentado no início da sessão.>
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