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Fenômeno de audiência, 'A Força do Querer' está de volta à TV Globo

Fenômeno de audiência, "A Força do Querer" está de volta à TV Globo

Novela de Glória Perez abordou, entre outros temas, o crime organizado no Rio de Janeiro, a tradição cultural paraense e a transexualidade. Estreia acontece nesta segunda-feira (21)

Publicado em 20 de setembro de 2020 às 12:00

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Bibi Perigosa (Juliana Paes), e a novela
Bibi Perigosa (Juliana Paes), e a novela "A Força do Querer", estão de volta à programação da Rede Globo. (Rede Globo/Divulgação)

Quem não está com saudades do jeito direto e das peripécias de Bibi Perigosa? A personagem icônica que consagrou - ainda mais - Juliana Paes está de volta graças a reestreia de "A Força do Querer", novela que retorna nesta segunda-feira (21) à grade das 21h da Rede Globo, substituindo "Fina Estampa".   

Exibida em 2017, a trama de Glória Perez  obteve média de 36 pontos de audiência, sendo a maior da teledramaturgia nacional desde "Avenida Brasil" (2012).  Só o último capítulo registrou 50 pontos de média, com picos de 53 e 67% de share, índices quase inimagináveis para um período que já contava com a força dos serviços de streaming, o maior "adversário" da TV aberta na disputa pela atenção do público. 

Prova do sucesso da trama é que o retorno dela à TV aberta já repercute nas redes sociais. Diversos perfis já fizeram postagens em homenagem à novela, principalmente à sua protagonista Bibi Perigosa.

A trama é rocambolesca e cercada por temas polêmicos, algo corriqueiro na carreira da autora de "O Clone". Em 172 capítulos, vimos uma violentíssima radiografia do crime organizado no Rio de Janeiro. "A Força do Querer" chegou a ser acusada de glamourizar o tráfico de drogas e a criminalidade, graças ao sucesso da personagem de Juliana Paes.   

A novela foi a primeira a abordar a questão da transexualidade e de identidade de gênero, com a personagem Ivana (Carol Duarte), um homem trans que, após ter a sua transição mostrada em detalhes, passou a se chamar Ivan. O tema gerou controvérsias, principalmente entre o público mais conservador. Líderes religiosos chegaram a pedir que a novela fosse boicotada pelos cristãos.

Uma forte - e corajosa - cena do personagem ficou marcada: Ivan é espancado após um ataque transfóbico, passagem fictícia que retrata a triste realidade da comunidade LGBTQIA+ no Brasil.

Carol Duarte interpretrou Ivan, o primeiro personagem trans da teledramaturgia brasileira . (Estevam Avellar/Rede Globo)

AMORES E CRIMES

Um dos pontos centrais da história é Bibi (Juliana Paes), uma mulher que acredita na paixão. Noiva de Caio (Rodrigo Lombardi), que conheceu na faculdade de Direito, acaba se envolvendo com Rubinho (Emílio Dantas), um estudante que se torna líder do tráfico de drogas do fictício Morro do Beco. Não demora para Bibi embarcar nesse mundo de crimes. Abaixo, veja cenas  de "A Força do Querer", também disponível integralmente no Globoplay.

A história da personagem de Juliana foi inspirada em Fabiana Escobar, ex-mulher do traficante carioca Saulo da Rocinha. Em 2014, ela publicou o livro “Perigosa”, em que detalha os 14 anos de relacionamento com o criminoso. 

Fabiana, inclusive, aparece no último capítulo da novela, em participação especial. Em julho deste ano, abriu um processo contra a Globo, na tentativa de barrar a reprise da trama. Fabiana alega danos morais por não ter recebido um dinheiro referente à venda do folhetim para outros países, como estava previsto em contrato.

Neste núcleo narrativo, destaque ainda para a personagem Carina (Carla Diaz). Com talento e carisma, a atriz rouba a cena ao despertar o interesse amoroso de Rubinho. Torna-se uma das grandes rivais de Bibi, com as duas protagonizando barracos homéricos, servindo de "mão de obra" para memes e vídeos nas redes sociais. 

Do lado dos mocinhos, temos a policial Jeiza (Paolla Oliveira), outra adversária que promete "atormentar" Bibi.  Filha de Cândida (Gisele Fróes), ela é feminina, gosta de se produzir, mas seu comportamento em relação aos homens se difere da maioria das mulheres. Jeiza não aceita ser dominada por namorado algum, até se apaixonar por Zeca (Marco Pigossi). O caso será marcado pelo sentimento do rapaz por Ritinha (Ísis Valverde), que, por mais que tente, não consegue esquecê-la.

A história de Ritinha e Zeca, mostrada logo no início da novela, vai desencadear muitos dos conflitos. Os dois vivem no interior do Pará e têm um relacionamento desde a adolescência. Enquanto Zeca quer um futuro estável, seguindo sua vida como caminhoneiro, a moça vive a euforia da juventude, querendo aproveitar o que a vida tem a oferecer.  Quando conhece Ruy (Fiuk, o ponto fraco entre as atuações da trama), um rapaz que vive no Rio, vê a oportunidade que ela tanto buscava para mudar.

"A Força do Querer" ainda tem como mérito divulgar a cultura paraense, seja na culinária, na dança (com o carimbó) e em suas lendas sagradas, como a história do Boto Cor de Rosa e a mitologia em torno do "sereismo", especialmente na personagem de Ísis Valverde. 

Incompreendida pelo grande público, a homenagem acabou virando alvo de críticas. Muitos espectadores acusaram Glória Perez de promover uma "nordestinação" da língua e dos costumes do Pará, que fica na região Norte do país.

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"A Força do Querer"  deve seguir até o início de 2021, quando "Amor de Mãe", que teve as gravações reiniciadas em agosto, voltará a ser exibida. Lançada em 25 de novembro, a história de Manuela Dias foi interrompida em março, por conta da pandemia da Covid-19. A Rede Globo adiantou que a novela deve ser encurtada, sendo concluída com apenas 23 capítulos a mais. 

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