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Douglas Lopes encerra o projeto 'Minimal Sessions' com novo single

Douglas Lopes encerra o projeto "Minimal Sessions" com novo single

Com participação da cantora Alinne Garruth, a música é inspirada em Ivete Sangalo. EP do projeto, com quatro músicas, deve sair em janeiro

Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 15:00

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O compositor Douglas Lopes.
O cantor e compositor Douglas Lopes estreou na carreira solo em 2016. (Aron Ribas/Divulgação)

Leveza, otimismo por dias melhores e simplicidade compõem todo o gingado do single "Pra Não Esquecer", do artista capixaba Douglas Lopes, que será lançado nesta sexta-feira (04) nas plataformas de streaming. Com a cachoeirense Alinne Garruth nos vocais e o produtor Leonardo Chamoun no violão, a música é a última do EP "Minimal Sessions", cujo objetivo é reunir alguns dos trabalhos do artista divulgados em 2020. 

Escrita há mais de um ano, "Pra Não Esquecer" foi tirada do papel durante a pandemia. Inspirada na baiana Ivete Sangalo, a canção fala sobre relacionamentos que têm um fim, mas nem por isso deixam de ser intensos. "Pode parecer inusitado, mas minha maior inspiração foram as baladas de axé que a Ivete costuma tocar. Esse trabalho precisava, portanto, de uma voz feminina. Resolvi fazer o convite para a Alinne e ela aceitou prontamente", conta. 

Além do single, também haverá a divulgação de um clipe nos próximos dias, gravado no Estúdio Bravo, em Vitória. "Todo a construção do meu trabalho começa em um estúdio, então optei por fazer as filmagens lá. Minha ideia era tornar tudo o mais simples possível. Aliás, é um lugar mais seguro e que serviu bem como um cenário bacana, tanto para esta música quanto para as outras do EP", conta, explicando o motivo por ter escolhido a Bravo.

Previsto para ser lançado em janeiro de 2021, o EP será uma coletânea dos quatro singles que Douglas lançou neste ano, incluindo "Pra Não Esquecer". Segundo ele, o principal objetivo do projeto era manter-se sem grandes produções nos bastidores, especialmente por causa das limitações impostas pela pandemia. Ou seja, buscaria propor algo mais intimista e minimalista, como o artista traz no próprio nome do projeto. 

"Perdi 70 shows marcados de uma vez em março, fiquei em uma situação muito delicada. Não sabia como me manter vivo artisticamente. Daí me veio essa ideia de garantir algum trabalho, com lançamentos recorrentes até dezembro, que, em seguida, virariam um EP. Fiquei tão empolgado que escrevi tudo o que precisava para erguer ele numa noite só", relembra. 

Último single do EP foi feito com os artistas Alinne Garruth e Leonardo Chamoun.
Último single do EP foi feito com os artistas Alinne Garruth e Leonardo Chamoun. (Aron Ribas/Divulgação)

Apesar de ser um defensor das causas sociais através da música, Douglas tentou experimentar novas possibilidades neste trabalho. Para isso, trouxe um convidado diferente para cada single, com interpretações sobre variados assuntos. Em “Sossego”,  por exemplo, gravada com a violinista Heviny Moura, são citados motivos que podem tornar o cotidiano mais tranquilo em dias conturbados.

Já em "Quanto Vale a Vida?", o artista une-se ao produtor Barol Beats para criticar o racismo e os estragos da Vale após o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais. Na penúltima faixa do EP, que se chama "As Perfeições do Desastre", ele homenageia o amor com o guitarrista Rodolfo Simor.

"Quis propor a maior diversidade possível neste trabalho. Por isso, convidei artistas bem diferentes entre si, como a Heviny, que é mais da música clássica, e o Barol, cuja principal pegada é o beat e o funk. Além disso, poucos artistas capixabas representam o pop tão bem quanto a Alinne. O Rodolfo, por sua vez, é o produtor musical que tem me acompanhado há bastante tempo nessa jornada. Inclusive, ele já foi indicado ao Grammy Latino por trabalhar junto com o Silva", explica. 

As gravações das músicas foram feitas entre 21 e 22 de julho e os videoclipes foram gravados no início do mês de agosto. "De lá para cá, todo mês lançava uma música, sendo que, 15 dias depois, também divulgava o vídeo", revela. Ao todo, mais de 50 mil pessoas já escutaram algum dos singles, totalizando quase 100 mil streams no Spotify até o momento. 

REFERÊNCIAS

Músico da cena local há mais de 20 anos, Douglas traz na bagagem algumas referências da adolescência, como o rock nacional e o internacional. Pouco depois, descobriu a black music, com a qual trabalhou na banda "Voide", extinta desde 2015. Mas, dentre todos os estilos que fizeram parte da sua trajetória, ele afirma que a MPB tem um lugar especial. "Nossa música popular tem a maior diversidade do mundo", acredita.

Essa mistura de sons contribuiu para a evolução do processo criativo dele desde que estreou na carreira solo, em 2016. "Venho compondo coisas desde que saí da banda, mas comecei a lançar meus primeiros trabalhos, de fato, só em 2019. Foi um processo longo de idealização, porque eu queria tratar sobre questões delicadas, como inclusão social e igualdade de gênero, por exemplo. E deu certo. Colocar esse projeto para rodar, tentando mudar o mundo para o melhor usando apenas toda essa bagagem que tenho, é uma vitória", afirma. 

PLANOS PARA UM FUTURO NÃO TÃO DISTANTE

Mesmo com as incertezas provocadas pela pandemia, Douglas acredita que, após o lançamento do EP, deve trabalhar em novas músicas a partir de março de 2021. "Com certeza, farei outros trabalhos ainda no primeiro semestre. Já para a outra metade do ano, quero fazer shows para mostrar tudo o que produzi em 2020. Não sabemos até quando vão durar essas restrições todas, mas eu espero que, no segundo semestre, já possamos subir no palco", diz, otimista. 

"Cresci muito este ano, foi difícil. Mas eu não mudaria nada, pois me fez evoluir muito. 'Resiliência' foi a palavra que me fez seguir em frente e chegar mais vivo do que nunca onde estou, conseguindo dar voz ao meu trabalho e aos profissionais maravilhosos que o Espírito Santo tem", conclui.

*Maria Fernanda Conti é residente do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob supervisão do editor Erik Oakes. 

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