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MPF pede que Ancine divulgue dados do Fundo Setorial do Audiovisual

MPF pede que Ancine divulgue dados do Fundo Setorial do Audiovisual

Agência afirma que grande parte das informações demandadas já estão disponibilizadas

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 19:43

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Agência Nacional do Cinema (Ancine)
Agência Nacional do Cinema (Ancine). (Wilton Junior )

O Ministério Público Federal encaminhou recomendação à Ancine, nesta terça (6), pedindo que a agência torne públicos relatórios anuais de gestão do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) referentes a 2018 e 2019.

Segundo o documento, desde 2017 a Ancine não publica relatórios anuais de gestão do FSA.

Entre outras recomendações, o procurador Sergio Gardenghi Suiama também pede que a agência publique em seu site um comparativo de valores empenhados e de execução financeira dos últimos dez anos.

Em nota, a Ancine afirma que "grande parte das informações demandadas pelo Ministério Público Federal (MPF) estão atualmente disponibilizadas". Segundo a agência, as informações financeiras do FSA e das listagens de projetos em fase de análise já estão disponíveis no site. "A partir da demanda do MPF as informações serão organizadas para cumprimento da determinação."

Segundo a Ancine, o FSA apresenta um "descompasso financeiro", que foi diagnosticado pela atual gestão. Esse descompasso teria origem no lançamento de editais que ultrapassaram as disponibilidades financeiras e, em 2018, ultrapassaram o orçamento do previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA).

A agência afirma que o comitê gestor adotou uma medidas para a regularização dos problemas apurados, "visando o cumprimento dos compromissos assumidos".

Em junho, a Ancine informou que não tem recursos para pagar diversos projetos já contratados por meio de editais públicos em anos anteriores.

O desfalque aconteceu, em parte, porque a agência estuda transferir para o Tesouro Nacional cerca de R$ 600 milhões que acumulou por meio de aplicações e rendimentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, e no Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, o BRDE.

Por nota, a agência diz que, após um balanço, identificou "insuficiência de recursos financeiros para o cumprimento dos compromissos de investimento assumidos pelo Fundo Setorial do Audiovisual" e "insuficiência de recursos para o custeio de obrigações assumidas com os agentes financeiros do Fundo e relativas aos investimentos compromissados pelo FSA"

No ano passado, o Tribunal de Contas da União determinou que a Ancine suspendesse o repasse de recursos públicos para o setor audiovisual, tendo sido apontadas irregularidades nas prestações de contas dos filmes beneficiados com recursos.

O ex-diretor-presidente da Ancine, Christian de Castro, que foi acusado de falsidade ideológica e estelionato, renunciou ao cargo em novembro

O TCU estipulou que a Ancine só poderia celebrar "novos acordos para a destinação de recursos públicos ao setor audiovisual, quando dispuserem de condições técnico-financeiro-operacionais para analisar as respectivas prestações de contas e, também, para efetivamente fiscalizar a execução de cada ajuste".

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Em julho, a Ancine informou, em seu site, que 4.219 longas-metragens e séries estão com as suas prestações de contas em aberto.

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