Publicado em 8 de novembro de 2022 às 14:00
Impactado pelo mundo digital, o mercado de trabalho deve exigir profissões que conectam ainda mais o ser humano às novas tecnologias e aos modelos operacionais que surgirão na próxima década. Especialistas também apostam no aumento da demanda em áreas relacionadas à Saúde, ao Direito e à Economia. Na Educação, o destaque vai para formações realizadas em pequenos intervalos. >
Consultora de gestão e pessoas Andrea Salsa adianta que é preciso cautela com as projeções a longo prazo devido à dinamicidade do ambiente corporativo e à flexibilidade de suas demandas. No entanto, quando ela analisa o cenário, destaca que estão em voga duas dimensões: a tecnologia e o cuidado com o humano.>
“O ingresso ao mundo digital é uma viagem sem volta. Mesmo nesse ritmo, continuamos com as nossas questões biológicas, psicológicas e sociais. E como é cuidar da saúde mental e biológica nesse mundo digital? Vão ter profissões muito voltadas para resolver questões do ser humano”, anuncia.>
Uma dessas profissões do futuro que Andrea projeta é a de detox digital, atividade relacionada à saúde mental dos usuários da internet. “São profissionais da área da saúde, especializados em gerar a lógica de detox digital. Com as pessoas mais dependentes desse universo, e isso trazendo aspectos de ordem emocional cada vez mais agravantes, inclusive com o advento do metaverso, isso deve acontecer”, estima.>
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O economista e membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES) Sebastião Demuner aposta em profissões voltadas à ciência de dados, atividades da área da saúde com foco na excelência pessoal, engenharia genética e o direito econômico, com advogados atuando em áreas que envolvam finanças.>
Sebastião Demuner
Economista e membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES)Ao comentar a realidade do mercado, a gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, Carla Chiamareli, lembra os dados apresentados no relatório “O Futuro do Trabalho”, do Fórum Econômico Mundial, divulgado em 2018.>
O documento estimava que 75 mil empregos serão extintos nos próximos anos. No entanto, a evolução da tecnologia pode criar 133 milhões de novos postos de trabalho adaptados a essas mudanças. >
“Vamos ter uma janela de oportunidades de profissões voltadas as essas novas economias. A economia verde, voltada ao bem-estar da sociedade. A economia criativa, muito ligada às artes. A economia prateada, voltada aos idosos, e a economia digital, que usa todos os recursos digitais na indústria”, enfatiza Carla.>
Questionado sobre o cenário e as perspectivas do mercado, o diretor-presidente da Fucape Business School, professor Valcemiro Nossa, ressalta que a instituição de ensino integra o ambiente de aprendizagem com as demandas do mundo corporativo em tempo real.>
“Montamos um hub de inovação na escola para as empresas terem uma interação direta com nossa sala de aula. Nosso hub permite dialogar exatamente com as necessidades que vão acontecendo. O avanço tecnológico sempre existiu, mas agora vem de forma exponencial com inteligência artificial, metaverso e toda a realidade virtual. Isso muda o jeito de pensar o futuro”, destaca.>
Entendendo a importância da informação na tomada de decisões e o impulsionamento dos negócios, a Fucape vai lançar em 2023 o curso de Ciência de Dados para Negócios. O objetivo é formar profissionais que entendam como funcionam os processos de uma empresa, reconheçam e analisem dados relevantes e, com isso, resolvam problemas organizacionais.>
“Surgiu uma demanda muito grande aliando tecnologia e informação que é na parte de análise dos dados. O profissional vai entender bem o que é uma empresa, o governo, uma instituição do terceiro setor e entender também como capta dados para gerar boas informações para que essa empresa tome decisão”, explica.>
Na direção do que já pontuaram especialistas, a Fucape lançou neste ano o curso de Direito Econômico. “Muitas vezes, esse advogado não consegue conversar dentro de um negócio. Acreditamos que esse profissional tem de entender de economia, contabilidade, cálculo, entender de dados e entender qual o efeito econômico daquela decisão anunciada pela Justiça”, pontua Valcemiro Nossa.>
Entre as áreas de formação da UCL, o diretor-executivo da instituição, Paulo Vitor Bruno Onezorge, observa que a de tecnologia dá bastante a dimensão do novo momento da sociedade, mais conectada. >
“Nos cursos de tecnologia da informação, formamos os profissionais do presente e do futuro, porque falta mão de obra qualificada nas áreas de desenvolvimento de sistemas, cloud e cibersegurança, por exemplo. Nossos alunos são empregados mesmo antes da conclusão da formação”, ressalta. >
Detox digital >
Tem tudo a ver com a saúde mental dos usuários. Cada vez mais haverá profissionais da área de saúde se especializando nessa capacidade de gerar em nós a lógica de detox digital, de modo a tratar a dependência ao mundo virtual que provoca impactos emocionais. >
Designer de realidade virtual >
Profissional capaz de desenvolver ambientes no mundo virtual, sobretudo, no metaverso.>
Tutor de curiosidade >
Com as redes sociais seguindo a lógica de algoritmos e o mercado tentando antecipar o comportamento do consumidor, surge a necessidade desse tipo de profissional. Pega as nossas curiosidades como consumidor e transforma numa grande enciclopédia. Reúne informações que podem criar tendências mais assertivas em relação às demandas.>
Gestor de morte digital >
Muitas pessoas estão conectadas às redes digitais. Somos seres biológicos e, portanto, a gente ainda morre, mas essa morte não acontece nas redes sociais. Esse profissional é quem vai cuidar da nossa ancestralidade no mundo digital. Vão ter gestores para cuidar dessa morte, porque hoje temos o encerramento de ciclo no mundo analógico, biológico, no mundo digital também vai ter esse ritual.>
Cientista de dados para negócios >
Profissional que tenha capacidade de extrair, analisar e trabalhar as informações que podem auxiliar a empresa na tomada de decisões. >
Técnico de neuroimplante >
A biotecnologia vai se sofisticar do ponto de vista de chips de saúde e cognitivos e isso vai exigir profissionais que saibam lidar com esse nível de avanço tecnológico.>
Especialista em Direito Econômico >
É o advogado capaz de interpretar dados inerentes ao mundo corporativo com entendimento do que é contabilidade, finanças e de que forma a legislação ou decisão judicial causa impacto financeiro à organização empresarial que representa.>
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