Arrombamentos em Jacaraípe: insegurança é também freio para a economia

É a encruzilhada na qual se encontram empreendedores de pequeno e médio porte no país, sob exposição constante à violência e sem ter como prosperar

Publicado em 12/11/2019 às 04h00
Atualizado em 12/11/2019 às 04h01
Arrombamentos: criminosos entraram em pelo menos seis comércios na Avenida Abdo Saade, em Jacaraípe, na Serra. Crédito: Caíque Verli
Arrombamentos: criminosos entraram em pelo menos seis comércios na Avenida Abdo Saade, em Jacaraípe, na Serra. Crédito: Caíque Verli

queda de 15 posições do Brasil no ranking Doing Business em 2019 teve destaque na imprensa em outubro, reforçando a necessidade das reformas econômicas, já em andamento no âmbito federal, que tornem o país mais competitivo, capaz de atrair investimentos. O índice do Banco Mundial que avalia 190 países pela facilidade de fazer negócios, com indicadores que vão da burocracia à carga tributária, é um importante parâmetro comparativo. Mas a verdade é que, quando se trata de Brasil, há ainda mais entraves a serem superados, nem sempre quantificados.

A onda de arrombamentos do comércio de Jacaraípe, na Serra, registrada na semana passada é um exemplo da dificuldade em se manter a microeconomia aquecida e competitiva. Além de amargar prejuízos com os constantes furtos, os danos estruturais ao patrimônio se acumulam, com a necessidade de reposição de portas metálicas, fechaduras e janelas, além de gastos com equipamentos de segurança. Investimentos que poderiam ser usados em ampliações e contratações, gerando crescimento para o país, são obrigatoriamente direcionados à redução dos danos causados pela violência urbana.

“A gente fez contratações, fez locação de imóvel comercial, e com essa retração por conta da insegurança, a gente teve que devolver o imóvel e dispensar dois colaboradores que estavam começando com a gente nessa nova etapa”, lamentou Gustavo Rodrigues , dono de um pet shop que foi assaltado 11 vezes em dois anos, à TV Gazeta. Os prejuízos acabaram forçando o empresário a fechar o novo empreendimento.

A segurança pública se impõe, cada vez mais, como um fator de prosperidade de qualquer negócio. Se há vulnerabilidade, a chance de sucesso é reduzida não somente pelas perdas materiais, mas também pelo desaparecimento dos clientes. Sair desse ciclo torna-se praticamente inviável.

É a encruzilhada na qual se encontram empreendedores de pequeno e médio porte no país, sob exposição constante à violência não só pela falta de políticas públicas mais eficientes de segurança. É nesse ponto que se reforça a importância das reformas estruturantes que estão sendo encaminhadas em Brasília: não se trata apenas de macroeconomia, elas também são o caminho para a promoção da justiça social no país, com efeitos concretos na segurança pública.

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