Publicado em 24 de julho de 2025 às 05:36
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez referência nesta quarta-feira (23) a países que foram alvo de uma tarifa de 50%, caso do Brasil, e disse que as taxas impostas pelo seu governo não ficarão abaixo de 15%, em uma indicação a poucos dias do prazo de 1º de agosto de que o piso para as sobretaxas será maior.>
"Teremos uma tarifa direta e simples de algo entre 15% e 50%", disse Trump em uma cúpula de inteligência artificial realizada em Washington. "Alguns temos 50% porque não temos nos dado muito bem com esses países.">
O Brasil, no entanto, foi o único país a receber a tarifa de 50% no tarifaço mais recente do presidente americano, que atribuiu a cobrança ao que chamou de "caça às bruxas" promovida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ao ex-presidente Jair Bolsonaro.>
O Japão, que celebrou um acordo com os EUA nesta terça (22), ficou com uma taxa de 15%, uma redução em relação aos 24% anunciados em abril, mas maior do que a temporária de 10% que estava em vigor até então.>
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O comentário de Trump declarando que as tarifas começarão em 15% representa uma reviravolta em seu esforço para impor taxas a praticamente todos os parceiros comerciais dos EUA. No início deste mês, ele disse que mais de 150 países receberiam uma carta incluindo uma tarifa de "provavelmente 10 ou 15%, ainda não decidimos".>
O Secretário de Comércio Howard Lutnick disse à CBS News no domingo (20) que países pequenos, incluindo "os países latino-americanos, os países do Caribe, muitos países da África", teriam uma tarifa básica de 10%. E no anúncio das tarifas em abril, Trump revelou uma tarifa universal de 10% sobre quase todos os países, patamar praticado desde que o presidente recuou das medidas mais direcionadas.>
O comentário desta quarta também foi a indicação mais recente de que Trump está buscando impor as tarifas de forma mais agressiva sobre países que ainda não conseguiram chegar a um acordo com Washington. Nesta semana, Trump anunciou acordos com Japão, Indonésia e Filipinas. Um acerto com a União Europeia também está próximo.>
A nove dias do final do prazo para o governo dos Estados Unidos aplicar as sobretaxas de 50% sobre produtos importados do Brasil, os canais de negociação formais entre o governo brasileiro e o americano seguem fechados.>
Americanos sinalizaram ao governo Lula (PT) que as tratativas só devem caminhar a partir de uma autorização do presidente Donald Trump para a abertura de canal oficial de diálogo. Integrantes do Palácio do Planalto dizem ter a informação de que o caso está na Casa Branca e sem previsão de uma resposta às iniciativas do governo brasileiro.>
Enquanto Trump e seus assessores inicialmente expressaram esperanças de garantir múltiplos acordos, o presidente tem promovido as próprias cartas como "acordos" e sugerido que não está interessado em negociações bilaterais. Ainda assim, ele deixou a porta aberta para que os países façam acordos que possam reduzir essas taxas.>
Na terça-feira (22), Trump anunciou que reduziu a tarifa potencial de 25% sobre o Japão para 15% em troca da remoção de restrições do país sobre alguns produtos americanos, além um investimento de US$ 550 bilhões nos EUA.>
Outros países, como Coreia do Sul, Índia e membros da União Europeia, ainda estão buscando um acordo antes de 1º de agosto.>
Nesta quarta, Trump disse que teria "uma tarifa muito, muito simples para alguns dos países" porque havia tantas nações que "não é possível negociar acordos com todos". Ele disse que as conversas com a União Europeia eram "sérias".>
"Se eles concordarem em abrir o bloco para empresas americanas, então permitiremos que paguem uma tarifa mais baixa", disse Trump.>
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