Publicado em 15 de maio de 2020 às 19:04
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta sexta-feira (15) que as filas observadas nas agências do país durante o saque do auxílio emergencial de R$ 600 não são uma novidade se considerados outros momentos do banco, como o pagamento do Bolsa Família. Por isso, o executivo vê as ocorrências como algo normal.>
"Qualquer um de vocês já viu fila na Caixa em algum momento da vida, isso é normal. Eu mesmo, antes de trabalhar na Caixa, lembro das filas gigantescas que existiam. Hoje temos menos", disse Guimarães em apresentação nesta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto.>
Nas últimas semanas, pessoas fizeram filas em agências da Caixa pelo país em busca do auxílio. Com isso, houve aglomeração em um momento em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda distanciamento social para evitar a propagação do coronavírus.>
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Apesar do discurso, o governo anunciou uma alteração na forma do pagamento da segunda parcela do auxílio, com objetivo de evitar a ida aos bancos.>
Para quem não é do Bolsa Família, os recursos do auxílio serão depositados em conta na quarta-feira (20), mas só poderão ser sacados em espécie de forma escalonada de 30 de maio a 13 de junho.>
Enquanto não puderem ser sacados, os recursos ficarão disponíveis apenas para o pagamento de contas e boletos, além de compras por meio de cartão de débito virtual em cerca de 1000 lojas.>
Com isso, o governo espera impulsionar o uso digital, diminuindo a necessidade de saques em espécie. "Foi um modo de diminuir as filas", afirmou Guimarães.>
Além disso, o executivo diz que haverá uma triagem para remover das filas pessoas que não podem sacar conforme o calendário. Muitas iam ao banco em busca de informações, por exemplo. "Faremos uma triagem muito forte nas filas. Não pode acontecer de ter metade da fila sem poder receber", afirmou.>
Ele relatou ainda que, na primeira parcela, dois terços das pessoas que receberam os recursos na conta digital transferiram rapidamente para outra conta na Caixa ou em outros bancos, o que também estimulou ida aos bancos.>
Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, havia preocupação também sobre a existência suficiente de moeda para os saques. Para tentar suprir a demanda, o Banco Central pediu a antecipação da produção de R$ 9 bilhões em cédulas e moedas até o fim de maio.>
No caso do Bolsa Família, o calendário de saques seguirá sem mudanças em relação ao previsto no programa (de 18 a 29 de maio) porque o público tem menos informações e o governo prefere fazer as menores mudanças possíveis para não gerar confusão.>
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, defendeu o presidente Jair Bolsonaro durante a apresentação e citou que 37% de todo o auxilio emergencial é direcionado a famílias nordestinas.>
Nesta semana, o governo identificou mais de 70.000 pagamentos do auxílio a pessoas que não poderiam recebê-lo, como militares. O TCU (Tribunal de Contas da União) vai analisar o caso.>
Gustavo Canuto, presidente da Dataprev (estatal responsável por identificar quem é elegível), disse que não se pode culpar a atual gestão por problemas.>
"Essas bases [de dados] existem há décadas. Falhas que possam existir na base de dados, algumas inconsistências, não podem ser atribuídas a um governo que está ha um ano e alguns meses trabalhando", disse ele sem citar o pagamento a militares. Ao final da apresentação, não houve espaço para perguntas.>
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