Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 20:35
SÃO PAULO - A Petrobras elevou em mais de 6% — um aumento de R$ 0,22 — o preço médio do diesel para distribuidoras. Com isso, o valor por litro passará a se de R$ 3,72 a partir deste sábado (1º), no primeiro ajuste do combustível fóssil em mais de um ano.>
A companhia não reajustava o diesel, combustível mais consumido do país, desde 27 de dezembro de 2023, quando cortou em 7,9% o valor do produto em suas refinarias.>
A medida já era esperada pelo mercado, mas a confirmação do reajuste deu força aos papéis da petroleira. Às 14h15, as ações preferenciais (PETR4) subiam 2,35% na Bolsa, cotadas a R$ 38,27. Já as ordinárias (PETR3) avançavam 2,03%, a R$ 42,21. O Ibovespa, no mesmo horário, tinha ganhos de 0,18%, aos 127.141 pontos.>
O repasse do aumento do preço da Petrobras aos consumidores finais nos postos depende de uma série de fatores, incluindo cobrança de impostos, mistura de biodiesel e margens de lucro da distribuição e da revenda.>
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Além disso, o mercado brasileiro também é suprido por algumas refinarias privadas e por importações.>
Na segunda-feira (27), o presidente Lula (PT) se reuniu com a presidente da Petrobras Magda Chambriard e foi comunicado sobre o reajuste de preços.>
Interlocutores do governo acreditam que o impacto pode ser amenizado pela queda do dólar, diminuindo temores de alta no preço dos alimentos.>
Entretanto, os preços dos combustíveis já devem subir nas bombas a partir deste sábado (1) com o aumento do ICMS. O aumento será de R$ 0,06 no litro do diesel e biodiesel e R$ 0,10 por litro de gasolina e etanol.>
Em nota, a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) disse que vê com bons olhos o reajuste, apesar de não zerar a defasagem do óleo diesel em comparação ao produto dos Estados Unidos.>
A associação projeta que o aumento será de aproximadamente R$ 0,19 por litro, chegando a R$ 0,25 por litro com o reajuste do ICMS.>
Segundo a Abicom, a defasagem no preço do diesel em comparação aos preços praticados no exterior está próxima ou superior a 20% nas últimas três semanas.>
De acordo com André Braz, coordenador de Índices de Preços do FGV IBRE, o impacto imediato na inflação deve ser ínfimo.>
"O diesel pesa muito pouco, apenas 0,23%, no consumo das famílias. Isso faz com que um aumento de R$ 0,22, equivalente 6,28%, na refinaria impacte em 0,01 ponto percentual no IPCA de fevereiro", diz Braz.>
No entanto, o economista afirma que o maior impacto é indireto, já que o diesel é utilizado em diversos segmentos, como máquinas do agronegócio, transporte rodoviário e público urbano, e termelétricas.>
André Braz
Coordenador de Índices de Preços do FGV IBREPara ele, uma parte deste encarecimento poderia ser compensada pela valorização do real. No entanto, a cotação do dólar teria que recuar mais, já que, apesar da queda de janeiro, ele ainda está bem acima do patamar visto no começo de 2024.>
Matheus Ferreira, economista da Tendências consultoria, compartilha a análise. "O impacto é quase nulo (+0,01%) no IPCA de fevereiro, por conta do baixo peso do diesel no índice. Pode haver impacto indireto sobre os preços dos alimentos, via encarecimento dos custos com frete, cuja magnitude é difícil de precisar.">
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