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Pagamentos no WhatsApp podem chegar no 1º trimestre, diz Mastercard

Pagamentos no WhatsApp podem chegar no 1º trimestre, diz Mastercard

Segundo o presidente da empresa, João Pedro Paro Neto, a companhia também prepara estratégias em relação ao open banking

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 18:51

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Segundo o executivo, instituições em mais de 40 países no mundo já aderiram com sucesso ao modelo de pagamentos instantâneos. (Pixabay)

O presidente da Mastercard, João Pedro Paro Neto, afirmou nesta terça-feira (8) que os pagamentos no WhatsApp podem ser liberados a partir do primeiro trimestre de 2021.

"Achar que essa funcionalidade pode chegar neste ano seria acreditar em um sonho muito inatingível. Já não dá mais tempo. Temos feito reuniões semanais com o Banco Central e estamos muito mais perto de lançar essa funcionalidade", afirmou o executivo em entrevista com jornalistas.

O pagamento pelo WhastsApp foi anunciado pelo aplicativo de mensagens em meados de junho deste ano. Dez dias depois, no entanto, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e o BC (Banco Central) decidiram suspender o acordo que permitiria pagamentos e transferência de valores diretamente no WhatsApp.

A Mastercard e outras instituições, como Visa, Banco do Brasil, Nubank, Sicredi e Cielo estavam entre os parceiros iniciais do novo sistema.

Segundo Paro Neto, além das apostas no lançamento dos pagamentos no WhatsApp para o primeiro trimestre de 2021, a companhia também prepara estratégias em relação ao open banking - cujo prazo de implementação foi recentemente adiado pelo BC para o ano que vem, conforme antecipado pela Folha de S.Paulo.

"Quanto mais [o open banking] demorar para começar, mais tempo demoraremos para entregar soluções. Mas não vejo grandes impactos financeiros em um primeiro momento. A expectativa é positiva diante da maior transparência e acesso aos dados", afirmou.

Em relação ao Pix o presidente da Mastercard afirmou que não enxerga ameaça do sistema de pagamentos instantâneos do BC para o mercado de cartões.

"Em nenhum lugar do mundo o Pix destruiu o mercado de cartões. Não acredito em nada que destrua, tudo se complementa. Além disso, nossas experiências não são iguais às do Pix, o ticket médio e os volumes de transações são diferentes. O sistema vem para fazer parte do portfólio e ser mais uma opção", afirmou Paro Neto.

Segundo o executivo, instituições em mais de 40 países no mundo já aderiram com sucesso ao modelo de pagamentos instantâneos, mas ainda é cedo para apresentar conclusões ou previsões sobre o desempenho do sistema no Brasil. O Pix foi lançado pelo BC em 16 de novembro.

Sobre uma possível abertura de capital da concorrente Elo -discussão ainda em aberto entre os acionistas, Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal- o presidente da Mastercard não descarta o interesse da companhia.

"Quando [o IPO] acontecer, vamos olhar para todas as oportunidades que se referem ao nosso negócio. Percebemos que é necessário fazer uma agregação de valor nos esquemas locais para que possam dar um salto para um mundo mais digital", disse Paro Neto. "Sempre vamos avaliar e queremos participar de maneira ativa, para que possamos ter algum espaço nas novas oportunidades."

O executivo também afirmou nesta terça-feira que a expectativa de crescimento para o mercado de cartões neste ano é de 11% a 12%. Para o ano que vem, a estimativa é de alta entre 16% a 18%.

O número já considera a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) -de 3,50%, segundo o último relatório Focus, do BC - e o fim do auxílio emergencial do governo para conter os impactos da pandemia na economia.

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