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Marcopolo corre para ajustar ônibus ao 'novo normal' devido ao Coronavírus

Marcopolo corre para ajustar ônibus ao 'novo normal' devido ao Coronavírus

Gigante do ramo que tem fábrica em São Mateus está adaptando a linha de produção de coletivos para as novas necessidades provocadas pela pandemia do Novo Coronavírus

Publicado em 14 de junho de 2020 às 11:00

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Centro de treinamento da Marcopolo
A Marcopolo possui um parque fabril em São Mateus, no Norte do Estado. (Divulgação)

Na esteira da paralisia na economia provocada pela pandemia do coronavírus, a Marcopolo correu contra o tempo para desenvolver ferramentas de segurança e tentar dar um respiro ao setor de transporte. O grupo está levando ao mercado uma série de adaptações que pode ser feita nos ônibus para mitigar o risco de contaminação e preparar o setor para o "novo normal" das viagens. O ajuste promete ser uma fonte nova de receita para o grupo, que viu as demandas por novos ônibus recuar de forma significativa.

Segundo o presidente da empresa, James Bellini, as ferramentas e serviços chegaram em um momento de grande apreensão para os clientes.

"Podemos dizer que 80% da frota dos nossos clientes pararam. Eles não vão ter a menor condição de comprar ônibus novos. A preocupação hoje é como colocar os carros que eles têm para trabalhar. A única forma de conseguir isso é retomar a confiança do passageiro", disse Bellini.

Entre as inovações estão um novo desenho de posicionamento de poltronas, com dois corredores, cortinas de proteção antimicrobianas, desinfecção dos veículos por névoa e uso de raios ultravioletas nos sanitários.

Fretados.

Enquanto o segmento de fretados consegue manter alguma demanda, Bellini traçou um cenário desafiador para o turismo.

Na visão do executivo, a pandemia levará a uma mudança no comportamento dos passageiros no transporte rodoviário tal qual 11 de setembro representou para o setor aéreo.

O kit faz parte do programa BioSafe, que consiste em uma série de soluções para tornar o transporte coletivo mais seguro contra contaminações de vírus. Os equipamentos podem ser adaptados também nos ônibus mais antigos.

O custo da mudança representa entre 18% e 20% do valor de um ônibus. "A gente precisa faturar. Precisamos ajudar a movimentar o mercado. Não temos possibilidade de uma empresa desse tamanho ficar de braço cruzado esperando as coisas acontecer", defendeu.

O lançamento oficial do BioSafe será no próximo dia 16, em evento online.

As soluções foram desenvolvidas em apenas 60 dias. Segundo Bellini, o sistema foi o primeiro resultado do Marcopolo Next, uma divisão de inovação voltada para soluções em mobilidade.

A divisão começou a ser estruturada no ano passado, quando a área de inovação deixou de ser subordinada ao segmento de estratégias e passou a responder à presidência.

Há desafios e incertezas ainda, sobretudo no Brasil. Enquanto a Europa começa a se preparar para sair da quarentena, o Brasil hoje ocupa a segunda posição no número de casos.

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"Estamos acompanhando o cenário no Brasil com muita preocupação. Não só a questão da saúde, mas também a crise política. Isso atrapalha muito os investidores. Mas está havendo uma retomada controlada. Graças a Deus temos bons governadores que estão levando a sério o assunto", disse o presidente da Marcopolo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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