Publicado em 13 de maio de 2020 às 07:57
O Ministério da Economia vai revisar a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020 de um crescimento de 0,02% para queda entre 4% e 5%, informaram à reportagem membros da pasta.>
A estimativa oficial será apresentada pela Secretaria de Política Econômica na manhã desta quarta-feira (13).>
Ao refazer as contas para estimar o desempenho da atividade, o ministério vai tentar se alinhar às estimativas de mercado.>
O boletim Focus, divulgado na segunda-feira (11) pelo Banco Central, mostra que as instituições financeiras já esperam uma retração de 4,11% na economia brasileira neste ano.>
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A nova projeção do governo ainda pode ser otimista, a depender da base de comparação. Avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada em abril aponta que o recuo do PIB brasileiro pode chegar a 5,3% em 2020.>
No fim de março, o governo já havia cortado as estimativas oficiais para o PIB de uma alta de 2,1% para crescimento próximo de zero.>
A deterioração da economia é observada em velocidade acelerada. A crise se intensificou a partir do meio de março, quando cidades e estados passaram a aplicar medidas restritivas de circulação e fechamento do comércio.>
Desde então, setores da economia passaram a registrar perdas e buscar ajuda do governo. As demissões registraram alta e o número de trabalhadores com contratos suspensos ou reduzidos ultrapassa 7 milhões.>
A nova revisão vai afetar as contas do governo. Com a perspectiva de que a economia vai desabar neste ano, as estimativas de arrecadação tributária devem sofrer forte queda, criando um descompasso ainda maior no Orçamento.>
Cálculos preliminares dos técnicos da área econômica feitos antes da revisão do PIB já apontavam que a projeção de déficit primário do governo federal em 2020 iria superar R$ 600 bilhões.>
A ampliação do descasamento entre as receitas e os gastos do governo, desta vez, não vai forçar o Executivo a cortar verbas de ministérios. Isso porque o governo pediu ao Congresso o reconhecimento de estado de calamidade pública no país.>
A medida, com validade até 31 de dezembro deste ano, foi adotada em razão da necessidade de elevar gastos públicos. Com ela, o governo não será mais obrigado a cumprir a meta fiscal e, portanto, não precisa contingenciar recursos (o aval é dado pela Lei de Responsabilidade Fiscal).>
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