Publicado em 25 de maio de 2024 às 14:48
O governo federal publicou, nesta sexta-feira (24), medida provisória que autoriza a compra pública de arroz importado e libera mais R$ 6,7 bilhões para garantir o abastecimento do grão após as chuvas no Rio Grande do Sul.>
Ao todo, já foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz importado, que deve chegar ao consumidor com o preço tabelado de R$ 4 por quilo.>
O Ministério da Agricultura afirma que o produto não vai concorrer com a produção dos agricultores gaúchos. Os estoques adquiridos serão destinados à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas.>
O governo está adotando medidas para estabilizar o preço do arroz e evitar a especulação devido às enchentes no Rio Grande do Sul, que prejudicaram a produção no maior estado produtor de arroz do país.>
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Segundo a Agricultura, houve perda de parte da produção no campo, armazéns e silos foram atingidos pela água e há problemas de logística para escoar a produção local.>
Na quarta-feira (22), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo decidiu retirar o imposto de importação sobre o arroz depois de aumento nos preços do produto no Mercosul.>
A decisão de zerar o imposto de importação para o arroz foi aprovada em reunião do Comitê Executivo de Gestão da Camex, incluindo tipos de arroz não parboilizado e polido/brunido na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec).>
A isenção tarifária, válida até 31 de dezembro, visa evitar desabastecimento e controlar os preços para também evitar a inflação, medida que foi acordada com os produtores brasileiros.>
A alta nos preços também levou ao adiamento do leilão de arroz anunciado pelo presidente Lula (PT). A afirmação foi feita em entrevista ao G1.>
Em audiência da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ministro disse que os produtores do Mercosul aumentaram em 30% o preço do arroz após o anúncio da compra pelo governo brasileiro. Fávaro criticou a especulação em meio à tragédia e destacou que algumas indústrias suspenderam as vendas e, ao retomá-las, elevaram os preços em até 18%.>
O Ministério da Agricultura disse que "está realizando as tratativas necessárias para evitar qualquer especulação do preço do arroz, para a estabilidade do preço do produto nos mercados do país".>
O Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção de arroz no Brasil. De acordo como Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), 82,9% das lavouras já foram colhidas. Restam em torno de 150 mil hectares.>
Segundo o órgão, vinculado ao governo gaúcho, a região central do estado é a que apresenta menor percentual de área colhida, com 62%, restando cerca de 45 mil hectares. Essa é a região mais afetada pelas enchentes.>
Entre as medidas anunciadas pelo governo federal nesta sexta, estão ainda novas regras para reduzir os custos dos financiamentos de crédito rural aos produtores gaúchos afetados pelas chuvas.>
Dentro do Pronamp, os descontos serão de até 25% de desconto por beneficiário/unidade de produção rural no ato da contratação das operações de crédito de investimento. Os valores se limitam a R$ 50 mil por beneficiário em município com calamidade e R$ 40 mil por beneficiário em município com emergência.>
Já no Pronaf, o desconto é de até 30% limitados a R$ 25 mil por beneficiário/unidade de produção familiar em município com calamidade e R$ 20 mil por beneficiário/unidade de produção familiar em município reconhecido em situação de emergência.>
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, até as 9h deste sábado (25), 469 municípios foram afetados e 165 pessoas morreram.>
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