Publicado em 29 de abril de 2021 às 16:48
Consórcio liderado pela Ecorodovias venceu nesta quinta (29) leilão do governo para a concessão de trecho da rodovia BR-153 entre Tocantins e Goiás. A empresa se comprometeu a pagar R$ 320 milhões pela concessão. >
Foi o primeiro leilão de rodovias federais sob um novo modelo de concessões elaborado pelo governo federal para tentar evitar o risco de paralisação das obras por problemas financeiros do concessionário, hoje uma dor de cabeça para a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).>
A Ecorodovias disputou o leilão com a CCR. Nessa nova fase de leilões, o sistema de oferta é híbrido, com a disputa primeiro pela menor tarifa até um deságio máximo de 16,25%. As duas ofereceram a tarifa mínima e, assim, a disputa passou a ser pelo maior bônus de outorga.>
A empresa vencedora será responsável por 850,7 quilômetros que ligam Aliança do Tocantins (TO) a Anápolis (GO), trecho que havia sido concedido em 2014, mas devolvido ao governo em 2017 após declaração de caducidade do contrato por descumprimento de obrigações do antigo concessionário.>
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O projeto prevê investimentos de R$ 7,8 bilhões na duplicação de 623,3 quilômetros, construção de 27,6 quilômetros de faixas adicionais, de 89,9 quilômetros de vias marginais, de um contorne em Corumbá de Goiás, novas interconexões e passarelas de pedestres, entre outros.>
Outros R$ 6,2 bilhões devem ser investidos ao longo dos 35 anos de concessão na prestação de serviços aos usuários.>
A outorga formará um colchão financeiro para que o governo possa cumprir suas obrigações no contrato, entre elas duas inovações: garantir a receita em caso de queda da demanda em momentos de elevado investimento e cobrir o desconto a usuários frequentes.>
Outra mudança estabelecida para esse contrato é a diferenciação do valor do pedágio entre trechos de pista simples e dos trechos de pista dupla, que serão mais caros. O objetivo é incentivar o concessionário a acelerar as obras em duplicação de todo o trecho.>
Para o usuário, o modelo introduz um desconto para usuário frequente, para evitar que moradores da região paguem o mesmo pedágio que viajantes esporádicos. A cada viagem, o usuário pagará um pouco a menos, até atingir um valor mínimo na trigésima passagem pelos pedágios.>
E dá desconto de 5% no pedágio para usuários que optarem pelo sistema eletrônico de cobrança, em um movimento rumo à implantação, no futuro, de cobrança por distância percorrida e não por praça de pedágio, que depende de uso de TAGs.>
Especialistas já esperavam pouca disputa nesta quinta, por se tratar de uma concessão com grande necessidade de investimentos, às vésperas da licitação da Novadutra, considerada a joia da coroa das concessões rodoviárias brasileiras pelo elevado fluxo de tráfego.>
A Novadutra deve ser leiloada no terceiro trimestre, já sob o novo modelo inaugurado na BR-153. Antes, porém, o governo oferece ao merca do a BR-163, que liga o Mato Grosso ao Pará. Nesse caso, como as obras de pavimentação foram feitas com dinheiro público, a disputa se dará somente pela menor tarifa, sem outorga.>
Ainda este ano, o ministério pretende leiloar trechos da BR-381 entre Minas Gerais e Espírito Santo, da BR-116 entre Rio e Minas Gerais e iniciar um lote de seis rodovias no Paraná.>
As concessões de infraestrutura estão entre as prioridades do governo Jair Bolsonaro, em um esforço para entregar projetos que gerem emprego e ajudem a economia a se reerguer dos danos causados pela pandemia.>
Desde o início do governo, o Ministério da Infraestrutura concedeu 69 ativos, com a arrecadação de R$ 17 bilhões em bônus de outorga e a garantia de R$ 57 bilhões em investimentos privados. A previsão é que sejam gerados 800 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos contratos.>
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