Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 19:19
O dólar teve novo dia de fortalecimento no mercado internacional em meio a preocupações com os efeitos do coronavírus na atividade e novos casos de morte pela gripe no Japão. Aqui, a divisa fechou em nova máxima histórica, a oitava somente em fevereiro. A moeda americana chegou a encostar em R$ 4,40, mas acabou terminando o dia em R$ 4,3912, com valorização de 0,59%. No ano, o dólar já sobe 9,46%. >
Apesar do nível recorde de fechamento, o real nem foi a moeda com pior desempenho hoje no mercado internacional. O dólar subiu 1,3% no México, 1,4% no Chile, 1% na Rússia e 0,85% na África do Sul. Mesmo em países desenvolvidos, a divisa teve ganhos, principalmente no Japão (+0,70%). O índice DXY, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou novo dia de expansão e chegou muito perto da marca psicológica de 100 pontos (99,910, na máxima do dia), atingida pela última vez há três anos.>
"O dólar bateu novos recordes hoje em relação a vários rivais", observa o analista de mercados do banco especializado em transferências internacionais, Western Union, Joe Manimbo. O dólar australiano caiu ao menor valor em 11 anos e o euro foi negociado na mínima desde abril de 2017. O iene e a libra caíram ao menor valor em meses, completa. "É um movimento global de busca de proteção no dólar.">
Com o fortalecimento do dólar lá fora, o "Banco Central vai enxugar gelo" se quiser conter o movimento aqui, afirma um diretor de tesouraria. "Não dá para remar contra essa maré", completa este executivo. Mesmo assim, o mercado fica testando o BC, ressalta o chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.>
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A moeda americana ganha força porque a percepção é de que a economia americana vai seguir forte este ano, apesar dos efeitos no coronavírus no resto do mundo. No Japão, o temor de o país já estar em recessão vem pesando no iene, afirma Manimbo, da Western Union. Na zona do euro, indicadores da maior economia da região vêm decepcionando, completa ele.>
As mesas de operação monitoraram de perto o noticiário doméstico, que hoje foi forte, com o Banco Central reduzindo os compulsórios e o ministro da economia, Paulo Guedes, prometendo entregar a reforma administrativa no Congresso amanhã ou logo após o carnaval. Mas o dólar encostou em R$ 4,40 quando Guedes disse pela manhã que é "absolutamente natural que o câmbio de equilíbrio suba um pouco". "O câmbio é flutuante, o Banco Central opera isso. Mas o patamar é inquestionavelmente mais alto.">
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