> >
Dólar tem maior alta em três meses com aceleração de casos de Covid

Dólar tem maior alta em três meses com aceleração de casos de Covid

No mercado à vista, o dólar subiu 3,33%, e fechou em R$ 5,3231. Foi a maior alta porcentual desde 18 de março, quando subiu 3,74%

Publicado em 24 de junho de 2020 às 18:02

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Dólar opera em baixa nesta sexta-feira após forte valorização no dia anterior
Dólar opera em baixa nesta sexta-feira após forte valorização no dia anterior. (Pixabay)

O dólar teve a maior alta em três meses, em meio ao noticiário negativo no exterior, que potencializou um movimento de realização de lucros após três dias seguidos de quedas. Renovadas preocupações com o crescimento de casos de coronavírus nos Estados Unidos, após a Flórida anunciar recorde de infecções, aumento da tensão comercial, agora entre a Casa Branca e a Europa, e a piora das projeções de crescimento mundial pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) provocaram um movimento internacional de fuga de ativos de risco e busca de proteção na moeda americana.

O real teve nesta quarta-feira, 24, o pior desempenho mundial ante o dólar em uma cesta de 34 divisas mais líquidas. A moeda dos EUA subiu 1,58% no México e 1% na África do Sul. Perante divisas fortes, avançou 0,50%.

No mercado à vista, o dólar subiu 3,33%, e fechou em R$ 5,3231. Foi a maior alta porcentual desde 18 de março, quando subiu 3,74%, dia de forte nervosismo no mercado por conta dos temores com a pandemia de coronavírus, obrigando o Banco Central a fazer quatro leilões. Hoje o BC não fez leilão extraordinários, mantendo apenas as rolagens.

"Os casos de covid-19 estão crescendo rapidamente em muitos estados americanos", afirmam os estrategistas do Wells Fargo nesta quarta-feira. No Texas, por exemplo, a rede hospitalar está perto do limite, enquanto a Flórida anunciou hoje novo recorde diário de casos, observa o banco. "No geral, o aumento de novos casos representa uma ameaça à recuperação da atividade dos EUA e mundial."

Hoje o FMI reduziu a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da economia mundial para 4,9%. O Brasil deve ter desempenho bem pior, com contração de 9,1%.

Na avaliação do gestor da Canvas Capital, Eduardo Bodra, a elevada volatilidade do câmbio, com subidas fortes e quedas também fortes a cada dia, se deve muito a um rearranjo dos fundamentos da economia brasileira, por conta da queda dos juros para mínimas históricas. Empresas deixaram de emitir no exterior, brasileiros passaram a remeter recursos para fora em busca de retorno e o dinheiro externo que antes vinha lucrar com a rentabilidade, as chamadas operações de carry trade, já não vem mais, disse durante evento pela internet do BTG Pactual com gestores.

Para Bodra, se tiver "alguma segurança" de que o Brasil não vai virar algo desgovernado e a agenda econômica não vai mudar, existe chance de o real ganhar um pouco de força, assim como a curva de juros a termo ficar menos inclinada. A piora maior do real que outras moedas emergentes é reflexo da redução do diferencial de juros, mas se deve também ao receio da continuidade das políticas econômicas, ressaltou ele.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais