Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 09:10
O governo do Distrito Federal retirou um barraco montado no gramado na frente do Congresso Nacional nesta quarta-feira (9). A estrutura foi armada para protestar contra o fim do auxílio emergencial. >
O benefício foi criado para minimizar os efeitos da pandemia da Covid-19 na economia. Inicialmente, o valor do auxílio era de R$ 600 e foi reduzido para R$ 300. A última parcela é referente ao mês de dezembro deste ano.>
O governo local usou estrutura da Secretaria DF Legal para remover o barraco erguido pela ONG Rio de Paz, do Rio de Janeiro.>
Uma equipe de cerca de 20 funcionários do órgão, 3 carros, 2 caminhões e pelo menos 4 viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal foram empregados na ação. Não houve resistência dos organizadores.>
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Os integrantes da ONG iniciaram a montagem da instalação na madrugada desta quarta.>
A intenção, segundo o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, 58, era erguer barracos de madeira simulando uma pequena favela, além de uma mesa com pratos vazios, simbolizando, de acordo com Costa, a pobreza e a fome no Brasil.>
O objetivo do ato era chamar a atenção das autoridades para o fim do auxílio emergencial, que não tem previsão de ser renovado.>
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por ora, descarta estender a ajuda. O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou em 10 de novembro que o auxílio poderá voltar se houver nova onda da Covid.>
Reportagem da Folha de S.Paulo desta terça-feira (8) mostrou que técnicos do Ministério da Economia já veem uma possível prorrogação do estado de calamidade pública e do Orçamento de guerra caso sejam necessários mais gastos para enfrentar a doença.>
"Nós entendemos que é um crime o governo federal estabelecer um deadline [prazo] para o auxílio emergencial sem que apresente à nação um deadline para a pandemia, a crise econômica e a crise de desemprego", afirmou Costa.>
Ainda segundo ele, ao iniciar a montagem do cenário, os ativistas da ONG Rio de Paz foram abordados por uma equipe da PM que os informou que não poderiam montar estruturas fixas no local.>
Ao amanhecer e com a chegada de profissionais de imprensa, os responsáveis pelo ato chegaram a montar um barraco com tábuas da madeira.>
Os PMs que acompanhavam o ato não impediram a ação. Eles pediram apenas apenas que o barraco fosse apoiado o tempo todo pelos ativistas para não configurar uma estrutura fixa no gramado na Esplanada dos Ministérios.>
No fim da manhã uma outra equipe da PM chegou ao local. Os policiais disseram, segundo Costa, que o barraco não poderia ficar lá e seria derrubado.>
Com a recusa por parte dos manifestantes de desmontar a instalação, a equipe da Secretaria DF Legal foi acionada para retirar o barraco do local.>
Os funcionários do órgão recolheram madeiras e telhas que seriam usados no ato e desmontaram o barraco que havia sido erguido, no qual os ativistas pintaram a palavra vergonha, como parte da manifestação.>
Em nota, a pasta afirmou que a montagem de estruturas só é viável após autorização da administração regional, responsável pelo controle de vistorias de órgãos competentes a fim de garantir a segurança de todos os participantes e que essa autorização não foi solicitada pelos manifestantes.>
Em relação à retirada da instalação, a secretaria afirmou que é vedado o uso das áreas públicas da Esplanada dos Ministérios, da Praça dos Três Poderes e dos Eixos Monumental e Rodoviário, em toda extensão, para qualquer tipo de acampamento.>
A pasta ressaltou que realizar ato público é um direito fundamental, previsto na Constituição Federal. Dessa forma, a organização não foi impedida pelas forças de segurança de realizar manifestação, apenas não foi permitido o uso de estruturas em razão de descumprimento de exigências legais.>
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