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Desemprego cai para 11,6% em outubro, mas ainda atinge 12,4 milhões

Desemprego cai para 11,6% em outubro, mas ainda atinge 12,4 milhões

De acordo com o IBGE, há sinais de perda de ritmo tanto na estabilidade da taxa de desemprego quanto no menor ritmo de crescimento da população ocupada no trimestre

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 16:19

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Desemprego no Brasil atinge mais de 12,4 milhões de pessoas. (Reprodução/Folha de S.Paulo)

O ritmo de queda da taxa de desemprego deu sinais de desaceleração no trimestre encerrado em outubro, informou nesta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego ficou estável no período, em 11,6%.

A analista do IBGE Adriana Beringuy disse que há sinais de perda de ritmo tanto na estabilidade da taxa de desemprego quanto no menor ritmo de crescimento da população ocupada no trimestre.

Ela pondera, no entanto, que é preciso esperar os próximos meses para confirmar a desaceleração. Na comparação com o trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual. Naquele trimestre, havia caído 0,6 ponto percentual.

Já a população ocupada - que bateu novo recorde no trimestre encerrado em outubro, chegando a 94,1 milhões - cresceu em ritmo menor do que no trimestre anterior (0,5% contra 1,3%).

"Não houve mudança de trajetória, a população ocupada continua crescendo. Está crescendo menos mas continua crescendo", disse Beringuy, para quem a desaceleração pode refletir o ritmo lento da recuperação da economia.

"A pessoa que está procurando uma ocupação reage a demandas. Ela está ofertando a mão de obra dela. Mas a capacidade de absorção, de consumo dessa mão de obra, vai depender de aspectos como o consumo das famílias", afirma.

Pode ter ainda relação com a agricultura, setor que fechou quase 200 mil vagas no trimestre, diz ela. Por outro lado, o setor de construção permanece abrindo vagas: foram 197 mil no período, puxada pela melhor oferta de crédito para a compra de imóveis.

A recuperação do emprego se dá principalmente com base na informalidade, que hoje concentra 41,2% dos trabalhadores ocupados no país, ou 38,8 milhões de pessoas - um pouco menor do que o recorde obtido no trimestre anterior.

No trimestre encerrado em outubro, mais uma vez, o número de trabalhadores sem carteira assinada bateu recorde: 11,9 milhões de pessoas. O contingente de trabalhadores por conta própria também é o maior da série histórica: 24,4%.

"O mercado mostra um comportamento que já vem acontecendo desde 2018, que é a recuperação via trabalhadores por conta própria ou trabalhadores sem carteira", comentou Beringuy. "Ainda não assistimos a recuperação da carteira de trabalho."

Mesmo nesses casos, porém, houve desaceleração: o número de brasileiros com emprego sem carteira assinada cresceu 1,7% no trimestre, contra 3,9% no trimestre anterior; no caso dos trabalhadores por conta própria, a alta foi de 0,9%, contra 1,4% no trimestre anterior.

Beringuy ressaltou que, com o maior número de empregados e pequeno crescimento na renda, a massa de rendimentos chegou a R$ 212,8 bilhões, aumento de 1,8% na comparação com o trimestre encerrado em julho e de 2,6% com relação ao ano anterior.

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Foi o primeiro crescimento significativo nesse indicador desde o trimestre encerrado em outubro de 2017.

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