Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 12:25
SÃO PAULO, SP - O crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deve passar a ser liberado por meio de biometria ainda neste semestre. O instituto prepara instrução normativa com nova regulamentação da medida, que está em fase de preparação nos bancos.>
O objetivo é permitir a contratação do empréstimo consignado a distância, sem que o aposentado ou pensionista precise ir a uma agência bancária. Para especialistas, a biometria pode possibilitar contratações mais seguras e menos risco de fraude.>
A implantação do reconhecimento biométrico já havia sido determinada em instrução normativa publicada pelo governo em novembro de 2022. Pela regra, a biometria deveria ser implementada pelas instituições financeiras em até 60 dias, prazo que se esgotou na primeira quinzena de janeiro.>
Com o atraso, o INSS deve publicar, ainda neste mês, a instrução normativa com orientação para que os bancos adotem o procedimento. Segundo o órgão, a implantação é obrigatória e quem não se adequar será descredenciado, ou seja, deixará de ofertar o consignado.>
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A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirma que espera as regras do governo para realizar a adequação. "Os bancos ainda aguardam o detalhamento por parte do INSS sobre a adequação", diz nota.>
Fontes ligadas ao setor, no entanto, disseram à reportagem que a medida já está em fase de testes, mas é de difícil implantação, pois demanda desenvolvimento de tecnologia e cruzamento de dados com o governo.>
A tecnologia de reconhecimento facial já foi desenvolvida pelo Serpro (Serviço Federal de Reconhecimento de Dados), empresa do governo que atua na área de tecnologia da informação. A ferramenta Biovalid já vem sendo utilizada para a abertura de empresas a distância e na prova de vida do INSS.>
A biometria será usada nos contratos de empréstimo consignado como se fosse a assinatura do segurado. Além do reconhecimento biométrico, o aposentado ou pensionista deve seguir apresentando um documento de identificação pessoal com foto, além do número do CPF, para fazer a contratação.>
Com isso, o cidadão poderá, a distância, fechar o contrato com a instituição financeira. Essa será a única forma de autorização a distância. Segundo as normas do INSS, não será aceita autorização por ligação telefônica nem por gravação de voz do segurado.>
A advogada Tonia Galleti, coordenadora do departamento jurídico do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), acredita que o reconhecimento biométrico trará mais segurança.>
Segundo ela, que participa de grupo de discussão para implementação de medidas educativas de crédito aos segurados do INSS, o assunto deve ser debatido na reunião do Conselho de Previdência prevista para março.>
Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), vê a medida como mais uma das ferramentas para combater fraudes. "O INSS tomou várias medidas para conter esse problema da fraude, mas estamos longe do ideal", diz.>
"A concessão do benefício já com o bloqueio para empréstimo foi uma medida bem positiva e essa opção pela biometria também.">
É um empréstimo descontado diretamente do benefício previdenciário. A medida é controlada pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) e tem regras próprias. Atualmente, há 44,3 milhões de contratos ativos, segundo o instituto.>
O segurado pode comprometer até 45% do benefício com o consignado. Desse total, 35% são para o empréstimo pessoal, 5% para o cartão de crédito e 5% para o cartão de benefício, criado no ano passado.>
O empréstimo pode ser pago em até 84 meses, o que dá sete anos. Os juros do empréstimo pessoal estão limitados a 3,06% ao ano e os do cartão de crédito em 2,14% ao ano, o que significa que a instituição financeira pode cobrar menos, mas não mais que essa taxa.>
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