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Bolsonaro sanciona piso salarial de R$ 4.750 para a enfermagem

Bolsonaro sanciona piso salarial de R$ 4.750 para a enfermagem

Presidente, porém, vetou o trecho que previa o reajuste anual pela inflação valor mínimo a ser pago à categoria

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 19:08

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MATHEUS TEIXEIRA E MARIANNA HOLANDA
  • MATHEUS TEIXEIRA E MARIANNA HOLANDA

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou nesta quinta-feira (4), em cerimônia no Palácio do Planalto, a lei que estabelece um piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros.

Com isso, fica fixada a remuneração mínima de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem devem receber 70% desse valor (R$ 3.325), e auxiliares de enfermagem e parteiros, 50% (R$ 2.375).

Enfermeira, profissional da saúde, enfermagem
Enfermeira com paciente: proposta de novo piso salarial havia sido aprovada pelo Congresso em julho. (Freepik)

A proposta foi aprovada mês passado pelo Congresso e ganhou força nos últimos anos pelo fato de o trabalho desses profissionais ter sido essencial durante a pandemia da Covid-19.

O chefe do Executivo não discursou, mas foi exaltado pela plateia de enfermeiros. Eles gritavam "a enfermagem venceu", após a cerimônia. O governo ainda não publicou um Diário Oficial da União extra sobre o tema.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que celebrou a sanção da medida e confirmou que o presidente vetou o trecho que previa o reajuste anual pela inflação, medida pelo INPC, do valor mínimo a ser pago a essas categorias.

"Infelizmente, o presidente teve que vetar o artigo ​15D, em que há problemas de inconsistência, mas o cerne do projeto foi preservado e a enfermagem do Brasil está muito feliz", disse.

Segundo integrantes do governo, não é necessária uma medida para compensar o aumento de despesas com a criação do piso para enfermeiros.

O projeto não criaria um gasto permanente à União, pois os profissionais são contratados como se fossem terceirizados ou já recebem acima do piso criado.

Por isso, o governo não precisaria criar uma nova receita ou fazer um corte de despesa para compensar a sanção do projeto.

Bolsonaro já vinha indicando que iria sancionar o projeto. A aliados em conversas reservadas, ele tem afirmado que seria um tiro no pé vetar a matéria às vésperas da eleição.

Prefeitos e governadores, porém, pressionaram contra a medida. Isso porque, a maioria dos profissionais da área são vinculados a estados e municípios e o impacto financeiro da instituição do piso recairá principalmente sobre eles.

O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Zukowski, chegou a ter uma reunião com Bolsonaro no início de julho para pedir apoio a uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que proíbe o governo federal de criar novas despesas aos demais entes da federação.

Segundo Zukowski, o chefe do Executivo se comprometeu em apoiar a proposta no parlamento. No entanto, isso não abrangeu o piso da enfermagem, que já havia sido aprovado na época.

Para aprovar o piso, o Congresso teve que votar dois projetos. Um deles é uma PEC cujo objetivo foi deixar claro que um projeto de lei trataria do piso salarial para a categoria.

Isso porque, sem a PEC, havia o risco de o projeto ser legalmente questionado, já que poderia dar margem à interpretação de que um Poder avança sobre as prerrogativas de outro ao propor um valor salarial para o piso.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, falou durante a cerimônia e disse que Bolsonaro lhe deu a missão de viabilizar a sanção da matéria "de qualquer forma".

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