Publicado em 13 de julho de 2020 às 18:21
O Ibovespa foi do vinho para a água entre a manhã e o fim da tarde, cedendo não apenas a linha de 100 mil mas também a de 99 mil pontos no fechamento desta segunda-feira, com vendas que se acentuaram após as 16h50, quando a piora observada em Nova York colocava o Nasdaq - que vinha de renovações de recordes históricos - em queda acima de 2% na sessão. Ao fim, o principal índice da B3 apontava perda de 1,33%, aos 98.697,06 pontos, na mínima do dia, após ter chegado a 100.857,68 pontos na máxima, pela manhã. >
Mais cedo, com o bom humor externo em meio ao início da temporada de balanços do segundo trimestre nos EUA, o Ibovespa resistia acima dos 100 mil, mas, depois das 16h, perdeu de vez a linha em meio à piora observada em Nova York, que colocou S&P 500 e Nasdaq em terreno negativo no fechamento do dia.>
O sentimento mudou da manhã para o fim da tarde, com perda de desempenho nos mercados americanos após a notícia de que a Califórnia voltará a fechar atividades internas em bares, restaurantes e outros ambientes fechados. Assim, o índice da B3 se inclinou à realização de lucros.>
Em dia negativo para os preços do petróleo, Petrobras PN cedeu 1,55% e a ON, 0,65%, contribuindo para o ajuste negativo do Ibovespa, assim como as ações de bancos, também com grande peso na composição do índice: Santander fechou em baixa de 2,20% e Bradesco ON, de 2,00%. Na ponta negativa do Ibovespa, Ambev cedeu 5,72%, seguida por Cyrela (-5,32%). No lado oposto, IRB subiu 5,65% e CSN, 3,92%. O giro financeiro totalizou R$ 28,1 bilhões e, no mês, o Ibovespa limita agora os ganhos a 3,83%, enquanto as perdas no ano vão a 14,66%.>
>
"Os 100 mil eram uma importante linha divisória entre compra e venda, de forma que é natural que falte força para o índice neste momento. Muita coisa que constituía boa oportunidade já andou bem. O momento volta a ser de seletividade para o investidor", diz Márcio Gomes, analista da Necton.>
"O início de semana já era cauteloso, mais devagar com o Ibovespa a 100 mil e ante fatores que podem fazer preço nos próximos dias", diz um operador, reiterando como muitos que fluxo doméstico, mais do que fundamentos, reconduziu o Ibovespa ao nível de seis dígitos - pela sexta vez desde que a marca foi alcançada pela primeira vez, em 19 de junho de 2019, e que havia sido cedida pela última vez em 6 de março.>
Aqui, a semana reserva na terça-feira o IBC-Br, indicador antecedente sobre o PIB, que ajuda o mercado a auscultar o estado da economia. A expectativa para a leitura desta terça-feira é que confirme o início da recuperação econômica em maio, quando começaram a surgir sinais de afrouxamento do distanciamento social, implementado no início do mês seguinte em boa parte do país.>
No exterior, além do início da temporada de balanços americanos com os números da PepsiCo - trazendo lucro ajustado acima do esperado -, houve nesta terça-feira notícia positiva sobre a covid-19: Pfizer e BioNTech anunciaram que duas de quatro possíveis vacinas que estão desenvolvendo contra o novo coronavírus receberam status de "fast track" da FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos.>
Nesta segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reiterou que o epicentro do vírus continua nas Américas. No domingo, a OMS havia informado que, de 230 mil novos casos de covid-19 reportados, 80% ocorreram em 10 países - o que mostra que a pandemia está se concentrando em certos pontos.>
Nos EUA, o presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, disse que a proliferação de casos de covid-19 no país está diminuindo o ritmo da recuperação econômica. Ele estima que a taxa de desemprego deve terminar 2020 entre 9% e 10%, e, ao final de 2021, deve cair para a faixa de 7% a 8% - ainda alta pelo padrão americano.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta