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Bolsa fecha em alta de 0,84%, à espera de balanços trimestrais

Bolsa fecha em alta de 0,84%, à espera de balanços trimestrais

Com as declarações, e a piora do humor em NY, o Ibovespa oscilou para baixo dos 99 mil pontos, mas não demorou muito para recuperar a marca

Publicado em 14 de outubro de 2020 às 18:10

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Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios
Movimentação Bolsa de Valores, índice BOVESPA na Bolsa de Valores de São Paulo, mercado, ações, negócios. (Bruno Rocha/Agência O Globo/ Arquivo AG)

Com variação de pouco mais de mil pontos entre a mínima e a máxima da sessão, o Ibovespa conseguiu recuperar a linha dos 99 mil pontos nesta quarta-feira (14) mantida no fechamento, apesar do desempenho negativo em Nova York. Em dia de vencimento de opções e do índice futuro reforçando o volume, o Ibovespa encerrou em alta de 0,84%, aos 99.334,43 pontos, entre 98.501,44 e 99.570,80 pontos ao longo da sessão, com giro financeiro a R$ 45,7 bilhões. No mês, os ganhos chegam agora a 5%, com perdas no ano a 14,10%. Na semana, o desempenho do Ibovespa (+1,90%) supera até aqui o do melhor índice de NY no período, o Nasdaq (+1,63%).

Novas declarações de autoridades americanas, à tarde, contribuíram para deixar Wall Street no vermelho nesta quarta-feira, pelo segundo dia. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse que entendimento sobre novo pacote fiscal permanece distante, e difícil de alcançar antes da eleição de novembro, enquanto o presidente Donald Trump voltou a responsabilizar os adversários pela falta de avanço. "Os democratas apenas querem dinheiro para socorrer estados governados por eles", reiterou Trump.

Com as declarações, e a piora do humor em NY, o Ibovespa oscilou para baixo dos 99 mil pontos, mas não demorou muito para recuperar a marca. O sentimento no exterior também se deteriorou com a adoção de novas restrições, como toque de recolher em cidades da França, em meio à segunda onda de Covid-19 na Europa.

Ao final, os ganhos na B3 se mostraram menos disseminados do que o observado mais cedo, com desempenho misto em commodities (Vale ON +1,38% e Petrobras PN -0,79%, apesar de alta de 2% no Brent) e bancos (Santander + 1,23% e Itaú PN -0,29%), o que não impediu que o índice fechasse não distante da máxima da sessão. Na ponta do Ibovespa, JBS subiu 9,20%, à frente de PetroRio (+8,02%) e de Rumo (+5,52%), enquanto, na face oposta, Hering cedeu hoje 2,22%, seguida por Lojas Americanas (-1,98%), Lojas Renner (-1,78%) e Magazine Luiza (-1,58%), que havia sido a segunda maior alta do dia anterior, com foco no desdobramento da ação, nesta quarta-feira.

"Setores associados à demanda por consumo, como carnes e varejo, têm mostrado bom desempenho, o que reflete um cenário de atividade mais favorável. Já se fala em falta de produtos, como geladeiras, para datas fortes do comércio, como a Black Friday", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. "Hoje, no vencimento do índice, teve uma virada de mão, com os comprados se sobrepondo aos vendidos. O Ibovespa saiu de 105 mil no melhor momento da recuperação, chegando aos 93 mil e, acima dos 95 mil, voltou a se ver disposição melhor para compras. Mas há muita indefinição ainda, sobre quando se terá vacina da Covid e, aqui, sobre a situação fiscal", aponta Santos.

A relativa tranquilidade no cenário doméstico, sem novos ruídos na política e na condução do fiscal, contribui para que os investidores voltem a mostrar algum apetite por ações, com definições essenciais, como o renda Cidadã, tendo sido adiadas para depois das eleições municipais. Assim, em alta pelo segundo dia, o Ibovespa manteve hoje o maior nível de fechamento desde 17 de setembro (100.097,83 pontos) e, no intradia, o melhor desde o dia 18 do mesmo mês (100.101,91).

"Pelo lado gráfico, o Ibovespa superou ontem uma importante marca, de 98,4 mil pontos, o que abre um canal de alta que pode levá-lo aos 101 mil ou mesmo aos 103 mil pontos. O mercado está muito concentrado no curto prazo e o retorno do estrangeiro em outubro, com ingressos líquidos de recursos na B3 nos dias 7, 8 e 9, contribui para alavancar este movimento", observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

"Pelo lado dos fundamentos, os últimos dados sobre varejo e serviços contribuem para firmar percepção de uma retomada melhor do que se antevia, o que é reforçado pela flexibilização das medidas restritivas nos estados. Os dados contribuem também para uma boa expectativa para os balanços do terceiro trimestre, que começam a chegar amanhã, com CSN", acrescenta.

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