Publicado em 2 de março de 2021 às 16:42
- Atualizado há 5 anos
A Secretaria de Política Econômica (a SPE) do Ministério da Economia afirmou nesta terça-feira (2) que liberar o auxílio emergencial sem medidas de compensação sugeridas pela pasta tem potencial de afetar a inflação e elevar o desemprego.>
A análise é divulgada enquanto parlamentares discutem desidratar o impacto da PEC (proposta de emenda à Constituição) Emergencial, defendida pelo Ministério da Economia e que libera o auxílio em 2021 com medidas de ajuste fiscal em médio e longo prazo.>
"Prorrogar o auxílio emergencial sem conciliar com o processo de consolidação fiscal tem o potencial de deteriorar a trajetória inflacionária, reduzir a atividade econômica e aumentar o desemprego", afirma conclusão de nota técnica elaborada pela SPE.>
"Como a inflação e o desemprego afetam desproporcionalmente mais a população carente, o AE [auxílio emergencial] pode acabar por prejudicar justamente as pessoas que se queria ajudar", prossegue o texto.>
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A secretaria afirma que o debate sobre a recriação do auxílio emergencial é frequentemente composto pelas menções aos resultados positivos do programa, mas defende que, sem o correto endereçamento fiscal, medidas de elevação de gastos trarão impactos negativos para toda a economia.>
Para a SPE, poderia haver deterioração dos ativos, elevação do risco, aumento da taxa futura de juros e possivelmente efeitos contracionistas sobre a atividade econômica.>
"Resultados passados de gastos fiscais sem a correta adequação ao arcabouço fiscal são amplamente conhecidos e com consequências negativas socioeconômicas ainda presentes", afirma o texto.>
"Essa piora reduzirá o poder de compra das famílias, encarecerá o investimento e aumentará o desemprego. O passado nos mostra que o descontrole fiscal prejudica principalmente as famílias mais pobres", diz a SPE.>
Para os técnicos, a solução estrutural para a questão da pobreza deve ser buscada por dois caminhos. A racionalização dos gastos públicos, remanejando recursos orçamentários de programas ineficientes para programas eficientes no combate a pobreza, e elevação da produtividade.>
A PEC Emergencial em tramitação no Congresso autorizaria o auxílio ao deixá-lo fora de regras fiscais e criaria um dispositivo de calamidade pública, que seria acionado para liberar despesas (hoje limitada por diferentes legislações).>
Em troca, criaria mecanismos de ajuste nas contas públicas em caso de calamidade ou aperto orçamentário. Entre os itens, está a redução de repasses para o BNDES, congelamento de salários de servidores, barreiras à criação de despesas obrigatórias e de benefício tributário e outros itens>
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