Publicado em 27 de julho de 2020 às 12:31
As ações do Banco do Brasil operam em queda nesta segunda-feira (27), após a saída do presidente Rubem Novaes. Por volta das 10h35, os papéis recuam 0,6%, a R$ 33,75. >
O Ibovespa opera em alta de 0,6%, a 102.974 pontos. O dólar opera estável, a R$ 5,21.>
No setor bancário, as ações preferenciais (sem direito a voto) do Bradesco sobem 1% e as ordinárias, 0,4%, Itaú tem alta de 0,6% e Santander opera estável.>
Na sexta (24), o pedido de renúncia de Novaes foi informado pelo BB via fato relevante. Segundo o documento, ele foi entregue ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.>
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De acordo com o fato relevante, a decisão foi tomada "entendendo que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".>
A saída do posto será efetivada a partir de agosto, "em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado".>
Fontes ligadas ao Ministério contam que Guedes avalia o que chama de solução externa e pode surgir uma indicação de um nome do mercado para substituir Novaes.>
Porém, interlocutores, tanto da pasta quanto do banco, contam que existem boas opções no próprio BB. Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores, por exemplo, é uma indicação acalentada pelo próprio Novaes. Walter Malieni Junior, vice-presidente de Negócios de Atacado, é um nome que tem apoio de boa parte da alta cúpula do BB.>
Outra opção é Helio Magalhães, presidente do conselho de administração do banco, um executivo próximo ao secretário de desestatização Salim Mattar. Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo, também está na lista.>
A indicação caseira -escolha de um nome da instituição- atenderia algumas correntes internas que tinham certo descontentamento com a gestão de Novaes por ele não ser funcionário de carreira.>
Aos amigos, Novaes repetiu no final de semana a justificativa oficial para sua saída. Disse ser melhor "passar o bastão a alguém mais jovem neste mundo de tantas inovações". No entanto, também deixou claro que não havia se adaptado ao que chamou de "ambiente poluído de Brasília".>
Em mensagem, disse que estava se livrando da "cultura planaltina", de uma "política apodrecida", movida a "compadrios, privilégios, interesses escusos", onde muitos "criam dificuldades para vender facilidades".>
Segundo Novaes afirmou à Folha de S.Paulo, ele continuará contribuindo com o governo "junto ao ministro e amigo". "Temos os mesmos ideais", disse.>
Embora tenha avisado sua intenção de deixar o cargo há um mês ao ministro, o anúncio de renúncia pegou o restante da equipe econômica e funcionários do banco de surpresa. Guedes havia comentado recentemente que Novaes, que tem 74 anos, estava "cansado", mas assessores não esperavam que o pedido de demissão se concretizasse tão rápido.>
A saída de Caio Megale, diretor de programas do ministério da Economia, por sua vez, pode acabar abrindo uma nova porta para Noves.>
Guedes, contam fontes, quer escalar Novaes como assessor especial em atribuições que já foram de Megale, como acompanhar as reuniões com empresários no Rio e São Paulo. Essa alternativa deixaria Novaes perto do governo, mas longe de Brasília.>
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