Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Espírito Santo, integrado com Purdue University Calumet (EUA). Especialista em Análise Financeira pela PUC-RS. Sócio da Valor Investimentos e chefe da mesa de renda variável Matriz. CFA®️Program Participant, CFA Institute.

Investidores temem aventura fiscal e aguardam direção do governo Lula

Na semana do caos nos mercados, a expectativa era positiva. Mas tudo mudou após a fala do presidente eleito sobre o equilíbrio fiscal

Vitória
Publicado em 14/11/2022 às 17h22
Direção que o governo der sobre gastos públicos pode ter impacto no mercado financeiro de um modo geral
Direção que o governo der sobre gastos públicos pode ter impacto no mercado financeiro de um modo geral. Crédito: Mamewmy/Freepik

Na semana passada tivemos uma demonstração de como os agentes de mercado veem com preocupação a questão fiscal brasileira. A semana, a princípio, deveria ser benéfica para os ativos brasileiros, pois a inflação americana veio menor que se esperava, o que impulsionou as bolsas pelo mundo, assim como as moedas.

Mas por aqui tivemos exatamente o contrário. A aversão ao risco se intensificou consideravelmente na medida em que Lula reforçou que o novo governo terá mais gastos. O dólar e os juros futuros foram às máximas do dia, enquanto o Ibovespa passou a cair com mais força, especialmente após declarações de Lula relativas à área econômica. Enquanto no mundo inteiro o dólar perdia valor, aqui chegou a se valorizar quase 4% em um único dia.

O desempenho do índice da bolsa brasileira negociado no mercado americano foi o pior dos últimos dois anos!

Apesar da primeira semana festiva para o mercado, com bolsa subindo, dólar e juros caindo com um governo pragmático em suas tomadas de decisão, a semana passada fez com que os investidores dessem um passo atrás e questionassem a si próprios sobre qual será o real direcionamento do próximo governo.

Caso a direção for no sentido do aumento de gastos desenfreados, desequilíbrio fiscal e tomadas de decisão baseadas somente no viés político, poderemos esperar mais semanas como essa pela frente.

Com a moeda se desvalorizando, a inflação tende a subir e isso pode forçar o Banco Central a elevar ainda mais os juros e, como resultado, o poder de compra é corroído. A precificação dos principais ativos financeiros sinaliza que mais uma aventura fiscal poderá custar caro para o Brasil.

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