Formado em Administração, com MBA em Finanças pelo IBMEC e pós-MBA em Inteligência de Mercado pela FGV.

Sinais de enfraquecimento do arcabouço fiscal no próximo governo preocupam

Sinalizações da expansão significativa das despesas públicas geraram quedas pronunciadas no mercado acionário, além de uma disparada da taxa de câmbio e piora da curva de juros

Governos, políticos e eleitores estão ou deveriam estar cada vez mais atentos quanto aos gastos públicos, eficiência desses gastos e para quais fins o orçamento federal deve se destinar. A percepção do risco fiscal foi a tônica marcante dos mercados na semana passada, fazendo o Ibovespa recuar 5,0%, aos 112 mil pontos.

O governo eleito anunciou seus primeiros membros da equipe de transição, cujo foco do mercado tem sido a expectativa de que se apresente em poucos dias uma PEC a respeito do aumento de gastos, visando a viabilizar os auxílios sociais iniciados pelo governo atual e prometidos em campanha.

Sinalizações de enfraquecimento do arcabouço fiscal vigente e de expansão significativa das despesas públicas geraram quedas pronunciadas no mercado acionário, além de uma disparada da taxa de câmbio e piora da curva de juros.

O IPCA apresentou elevação mensal de 0,59% em outubro, muito acima das estimativas. A mudança no cenário de deflação, visto nos últimos 3 meses, para a volta do aumento da inflação deveu-se, principalmente, ao aumento mais acentuado do que o previsto nos preços de combustíveis e produtos de higiene pessoal.

Montagem mostra os efeitos da inflação no mundo
Montagem mostra os efeitos da inflação no mundo. Crédito: Atlascompany/Freepik

É fundamental no Brasil, trazer à tona um esforço sério para aprofundar o entendimento coletivo sobre a relação entre gasto público, carga tributária e estoque da dívida pública. Em recente artigo publicado por Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda, uma sociedade moderna deve:

• Julgar determinada carga tributária em função da quantidade e da qualidade dos serviços públicos prestados;

• Compreender o impacto do nível e da composição do gasto público e da carga tributária sobre a eficiência da economia, a redução da pobreza e a melhoria das condições de vida da população;

• E entender a relação entre o nível, a composição e a trajetória da dívida pública e as perspectivas de solvência do setor público, o espaço aberto ao investimento privado e as expectativas quanto à redução dos juros reais.

A partir do dia 1º de janeiro de 2023, será fundamental ao governo eleito demonstrar à sociedade que existe um sistema de regras que assegurem a sustentabilidade da trajetória de finanças públicas.

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